Ta vendo aquele edificio moço

Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Era quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar

Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz, desconfiado
Tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?

Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar o meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer

Tá vendo aquele colégio, moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar

Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
Pai, vou me matricular
Mas me diz um cidadão
Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar

Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte?
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer

Tá vendo aquela igreja, moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também

Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse

Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar

Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar

dc.contributor.author Cavalheiro, Carlos Carvalho
dc.date.accessioned 2017-08-09T17:36:22Z
dc.date.available 2017-08-09T17:36:22Z
dc.date.issued 2017-02-23
dc.identifier.citation CAVALHEIRO, Carlos Carvalho. Tá vendo aquele edifício, moço?: lugares de memória, produção da invisibilidade e processos educativos na cidade de Sorocaba. 2017. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de São Carlos, Sorocaba, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/8969. *
dc.identifier.uri https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/8969
dc.description.abstract This qualitative research tries to understand how the production of memory places occurs, according to the concept developed by the historian Pierre Nora (1993), being restricted to the analysis of public spaces of the historical center of Sorocaba, city of the interior of São Paulo. To understand the production of these places of memory is also to understand how the counterpoint occurs, that is, the production of the invisibles or the amnestic places. From this it follows that the relation between people and these places of memory, as public spaces, produce educational processes that can interfere in the quality of the formation of the historical subject and of his citizenship. The research also seeks to highlight the counter-hegemonic resistance movements. eng
dc.description.sponsorship Não recebi financiamento por
dc.language.iso por por
dc.publisher Universidade Federal de São Carlos por
dc.rights.uri Acesso aberto por
dc.subject Memória por
dc.subject Memory eng
dc.subject História por
dc.subject History eng
dc.subject Espaços públicos - Sorocaba (SP) por
dc.subject Public spaces - Sorocaba (SP) eng
dc.subject Processos educativos por
dc.subject Educational processes por
dc.title Tá vendo aquele edifício, moço?: lugares de memória, produção da invisibilidade e processos educativos na cidade de Sorocaba por
dc.title.alternative Are you selling that building, man?: places of memory, invisibility production and educational processes in the city of Sorocaba eng
dc.type Dissertação por
dc.contributor.advisor1 Ferreira, Dulcinéia de Fátima
dc.contributor.advisor1Lattes http://lattes.cnpq.br/9339578170693084 por
dc.contributor.advisor-co1 Burgos, Rosalina
dc.contributor.advisor-co1Lattes http://lattes.cnpq.br/0430255108623706 por
dc.description.resumo Esta pesquisa qualitativa procura entender como se dá a produção de lugares de memória, de acordo com o conceito desenvolvido pelo historiador Pierre Nora (1993), restringindo-se à análise de espaços públicos do centro histórico de Sorocaba, cidade do interior paulista. Compreender a produção desses lugares de memória é, também, entender como ocorre o contraponto, ou seja, a produção das invisibilidades ou os lugares amnésicos. Disso decorre que a relação entre as pessoas e esses lugares de memória, enquanto espaços públicos produzem processos educativos que podem interferir na qualidade da formação do sujeito histórico e de sua cidadania. A pesquisa procura, ainda, evidenciar os movimentos de resistência contra-hegemônicos. por
dc.publisher.initials UFSCar por
dc.publisher.program Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGEd-So por
dc.subject.cnpq CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO::TOPICOS ESPECIFICOS DE EDUCACAO por
dc.ufscar.embargo Online por
dc.publisher.address Câmpus Sorocaba por
dc.contributor.authorlattes http://lattes.cnpq.br/7217393256397886 por

Quem é o autor da música Tá vendo aquele edifício moço?

Ela foi escrita pelo poeta baiano Lúcio Barbosa, em homenagem a seu tio Ulisses. Veja, a seguir, como Zé Ramalho conseguiu nos transmitir esse poema em forma de música ao assumir a voz do eu lírico: Tá vendo aquele edifício, moço?

Qual o nome da música Tá vendo aquele edifício moço?

Tá vendo aquele edifício, moço? Ou querendo roubar?

De quem é a letra cidadão?

A canção Cidadão, de Lúcio Barbosa, descreve a amargura de um pedreiro que é impedido de frequentar, de usufruir e até mesmo de apreciar as construções onde trabalhou durante anos de sua vida.

Qual o significado da música cidadão?

A música Cidadão, composta por Lucio Barbosa em 1978 e interpretada por Zé Ramalho desde 1992, retrata muito bem qual o nível de ética em nossa sociedade e por esse motivo foi tomada como uma excelente escolha e estratégia a se pensar a ética no serviço social.