Como são classificados os bens econômicos

Em economia, um bem (do termo latino bene) é tudo o que tem utilidade, podendo satisfazer uma necessidade.[1][2] Tipicamente, um bem econômico é algo tangível, em contraste com os serviços, que são intangíveis. Como tal, pode ser comprado e vendido. Por exemplo, uma maçã é um bem tangível, enquanto um corte de cabelo é um serviço intangível.

Como são classificados os bens econômicos

Venda de bens (no caso, livros) no Dia de São Jorge, em Barcelona.

Como são classificados os bens econômicos
 Nota: Não confundir com Comódite, nem com Mercadoria, nem com Produto (marketing).

 Ver artigo principal: Utilidade (economia)

Os bens econômicos constituem recursos apropriados à satisfação das necessidades econômicas. Permitem pelo seu emprego obter sensações de prazer, ou o afastamento de sensações ligadas à dor. Utilidade econômica é a suscetibilidade dos bens econômicos satisfazerem necessidades. Assim, a utilidade é a propriedade ou a especial vocação dos bens econômicos para satisfazerem necessidades. Contudo, a noção de utilidade econômica distancia-se do sentido vulgar, ou do sentido moral do termo, ela é comummente alheia aos efeitos úteis ou prejudiciais de um determinado bem (do ponto de vista estritamente econômico, o que importa é que seja desejado e tenha procura), portanto não é uma qualidade objetiva, mas um conceito basicamente subjetivo.

A utilidade correspondente a uma unidade adicional de determinado bem (utilidade marginal) vai decrescendo à medida que o consumidor obtém mais unidades daquele bem, podendo ser igual a 0 (zero) ou mesmo ser negativa.[3]

São relativamente escassos e supõem a ocorrência de esforço humano na sua obtenção e, por outro lado, os bens têm que se encontrar disponíveis na sua apropriação. Por exemplo, os diferentes tipos de metal do planeta Saturno não constituem bens econômicos.[3]

Matriz de definição

Excludente Não-excludente
Rival Bens privados
Alimentos, vestuários, veículos, estacionamentos, etc..
Recursos comuns
Estoques de pesca, madeira, carvão, etc..
Não-rival Recursos artificialmente escassos
Parques privados, televisão por satélite, transportes públicos concessionados, etc..
Bens públicos
Televisão aberta, ar, defesa nacional, software livre e de código aberto, etc..

Quando os objetos em causa existam em quantidade e em condições tais que o homem os possa obter sem esforço, não se tratam de bens econômicos mas de bens livres. Por exemplo, é o caso do ar da atmosfera ou da água do mar, visto que existem não em quantidades fisicamente ilimitadas, mas superiores às normais exigências das necessidades a satisfazer e em condições de fácil emprego.[3]

Frequentemente, os bens econômicos não são um corpo físico, com forma, volume e peso, porque a satisfação das necessidades foi ocasionada pelo recurso a bens imateriais ou serviços. Caso de um projeto elaborado por um arquiteto, intervenção de um médico, ou o trabalho feito numa oficina. Aliás, entende-se que o que interessa, em termos econômicos, não é a materialidade, mas os benefícios que se obtêm, sendo o conceito de bem econômico, como se viu, muito mais lato.[3]

  1. Sandroni, Paulo (org.) - Novíssimo Dicionário de Economia. São Paulo: Best Seller, 1999, p. 51.
  2. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 246.
  3. a b c d Martínez, Soares, Economia Política, 8ª ed., Coimbra:Almedina, 1998, pp 100-101 ISBN 972-40-1146-1

  • Bens de consumo
  • Bens de produção
  • Bens duráveis
  • Bem livre
  • Castañeda, José, Lecciones de Teoria Economica, 5ª reimpr., Madrid, 1982, pp.93-142
  • Guitton, Henri e Vitry, Daniel, Économie Politique, 14ª ed., Paris, 1985, pp. 162-177
  • Salozábal, José Maria, Curso de Economia, 4ª ed.,Bilbau, 1985, pp. 25 e s.

 

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Bem (economia)

  • Conceito de bem em knoow.net
  •   Portal de economia e negócios

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Bem_(economia)&oldid=63554443"

gestão de stocks

Stock é um termo habitualmente utilizado, em economia, para designar as matérias-primas ou os produt...

  1. 1. BENS – NOÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
  2. 2. BENS LIVRES – BENS ECONÓMICOS  Bens Livres: são os bens que cada um de nós pode utilizar sem ter de entregar moeda ou trabalho em troca. Estes bens existem na natureza numa quantidade superior à necessária para a satisfação de todas as carências dos indivíduos.  Ex: ar atmosférico, água do mar, gelo das regiões polares, vento.
  3. 3.  Bens Económicos: são os bens que o Homem tem de despender um valor monetário ou trabalho para os utilizar. São bens escassos, em que existe um desajustamento entre a quantidade necessária e a quantidade existente desses bens.
  4. 4. Os bens económicos podem ser objecto de diferentes classificações, de acordo com os seguintes critérios:  Natureza física dos bens  Utilização dos bens (Função)  Duração dos bens  Relações entre os bens (Relações recíprocas)
  5. 5. Critério da natureza física dos bens:  Bens Materiais: são bens físicos (assumem uma forma material), palpáveis e que podem ser armazenados.  Ex: alimentação e vestuário.  Serviços: (são bens imateriais) os bens podem, no entanto, não se concretizar num objecto físico, limitando-se a constituir um acto, ou seja, um serviço, como os serviços prestados pelos Bancos e pelas Companhias de Seguros.  Ex: cuidados de saúde, educação, apoio jurídico.
  6. 6. Critério da utilização dos bens (função):  Bens de Consumo: são bens que satisfazem de imediato as necessidades dos consumidores como a alimentação, vestuário, serviços, etc.  Bens de Produção: são bens que permitem produzir outros bens (bens que se empregam na produção de outros bens), por exemplo, o tear utilizado na indústria têxtil, a farinha para o pão, o algodão para o vestuário.
  7. 7. Os bens de produção podem dividir-se em:  Bens de Equipamento (são as máquinas e as ferramentas utilizadas no processo de produção);  Matérias-Primas (são incorporadas no produto final);  Matérias Subsidiárias (são consumidas na produção mas não se integram no produto final, ex: energia eléctrica).
  8. 8. Critério da duração dos bens:  Bens Duradouros: são aqueles cuja utilização se estende por um período de tempo bastante longo, estes bens mantêm as suas qualidades iniciais durante um período mais ou menos longo – é o caso das empilhadoras, das televisões, etc.  Bens Não Duradouros: são os bens que são destruídos durante o acto de utilização – por exemplo, o pão, as bebidas, etc.
  9. 9. Critério das relações entre os bens (Relações Recíprocas):  Bens Substituíveis (Sucedâneos): são aqueles que podem ser substituídos uns pelos outros para satisfazer a mesma necessidade – o café pela chicória ou o vinho pela cerveja, fibras naturais por fibras sintéticas.  Bens Complementares: são os bens que só satisfazem a necessidade a que se destinam desde que utilizados conjuntamente com outros bens (a utilização conjunta é necessária para a satisfação de uma necessidade) – caso do automóvel e a gasolina, tinta e pincel, café e açúcar.  A complementaridade entre bens pode ser horizontal (se os bens são de consumo), ou vertical (se os bens são de produção, ex: farinha e pão, ferro e aço).