Se você acessa muitas redes sociais, twitter, facebook, instagram, você deve ter se deparado com algum vídeo ou no mínimo o nome Charlie esses últimos dias. Depois do tabuleiro Ouija e a famosa Bloody Mary, não esquecendo o jogo do copo e a versão do compasso, agora é a vez de invocar um demônio chamado Charlie. Alguns dizem que Charlie é um demônio mexicano e se você o chamar conforme as regras a seguir é possível fazer “contato”. Tem coragem? Para invocar Charlie é simples, pegue um papel em branco, escreva dois “Sim” e dois “Não” conforma a imagem abaixo, e coloque um lápis sobre outro lápis cruzando e diga: “Charlie, Charlie, você está ai?” se nada acontecer tente dizer “Charlie, Charlie, você quer jogar?” Se o demônio estiver presente ele irá girar o lápis e você saberá. Confira o vídeo abaixo de diversos corajosos que tiveram sucesso na invocação do mal e o resultado é muito engraçado. Eai tem coragem? Se tiver, grave seu vídeo e envie para nós. A VERDADE SOBRE O #CHARLIECHARLIECHALLENGE A brincadeira macabra “Charlie Charlie” foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais, chegou a ocupar os Trending Topics do Twitter no Brasil e no mundo. Com relação ao jogo para celular, não precisa se assustar, pois Charlie Charlie Challenge é apenas um game e não irá invocar nenhum espírito na vida real. O aplicativo consiste em jogar o desafio “Charlie Charlie”. Ao iniciar o game, os lápis e papel já estarão na posição, e o jogador deve tocar no botão “peça Charlie”. Ao pressioná-lo, o app deixa o microfone acessível e você deve dizer “Charlie Charlie, você está aí?”. É preciso falar o nome dele com clareza para que algo aconteça. Normalmente os lápis se movimentam em resposta à sua pergunta. Porém, podem acontecer coisas estranhas como a tela iluminar ou apagar de repente. - A explicação Embora haja muitos boatos sobre a origem de “Charlie”, ao que parece tudo não passou de um viral para o novo filme de terror chamado “A forca”. Segundo explicações que circulam na internet, no folclore mexicano, não existe nenhum demônio ou espírito maligno chamado “Charlie”.
Nos últimos dias, a internet parou para discutir sobre o Charlie Charlie Challenge . O desafio é uma releitura das antigas brincadeiras do copo e do compasso, e se assemelha muito com o tabuleiro ouija, um meio de comunicação com espíritos utilizado pela primeira vez em 1848. Segundo a tradição mexicana, Charlie é um ajudante do Diabo que se manifesta quando invocado. Mas, para o ritual ser completo, é preciso formar uma cruz com dois lápis sobre uma folha de papel e intercalar as palavras “sim, não, não sim” nos quadrantes. Se você chamar o Charlie e ele responder que está presente, precisa continuar a conversa até que ele te liberte do castigo por você ter atrapalhado seu descanso. Caso contrário, a história pode acabar de maneira trágica. Ao menos, é o que diz a lenda. Os rumores são de que a brincadeira surgiu no México, após duas amigas invocarem Charlie. Durante a conversa, o demônio disse que uma das meninas morreria muito cedo, mas não especificou qual. A lenda diz que Ana, uma das garotas, saiu do jogo sem a permissão do assistente do Diabo e teve uma maré de azar, que só terminou quando caiu da cama e bateu a cabeça em uma coluna de vidro. Algumas pessoas acreditam que o Charlie Charlie Challenge é uma lenda urbana e não oferece risco. Entretanto, alguns representantes da Igreja afirmam que brincar com uma coisa dessas pode trazer consequências. O fato é que vários vídeos de pessoas fazendo o desafio estão circulando na internet e a pergunta que não quer calar é: você acredita em tudo isso ou não? 1. Nesse vídeo, Charlie disse que não queria “brincar” com as meninas, que ficaram revoltadas com a resposta negativa: 2. Não repita isso em casa (nem na sala de aula): 3. No vídeo abaixo, Charlie só se manifestou depois de ser xingado: 4. Preste atenção no que acontece no 1’12”: 5. É uma manifestação real ou tudo não passa de um sopro? 6. O desafio se originou no México, mas viralizou nos Estados Unidos. Apesar disso, já tem muito brasileiro entrando na onda: 7. Adianta correr? 8. Medo. Apenas. Tem uns vídeos bem reais, não?
9. Mas, é claro, tem também aqueles que não acreditam e aproveitam para fazer aqueeeela zoeira do bem: 10. Ah, as directioners… Continua após a publicidade
11. Ah, as directioners… – Parte 2 Continua após a publicidade
12. #DeusTáVendo Continua após a publicidade
13. E aí, você acredita que o Charlie Charlie Challenge seja real? Continua após a publicidade
14. Tem coragem de fazer o desafio em casa, nem que seja só para testar, ou prefere não mexer com essas coisas?
O fascÃnio dos mortais com as Dimensões Escuras é bem antigo. Textos como o Paginarum Fulvarum, o Necronomicon, o Magdalene Grimoire ensinam como contactar essas dimensões, mas alertam que não é uma boa idéia. Mexer com os Senhores das Trevas não é saudável, magia sempre tem um preço e nesse nÃvel o preço é alto demais. Invocar demônios normalmente envolvia sacrifÃcios de sangue, mas de uns tempos pra cá o que antes era reservado aos mais avançados e poderosas satanistas e magii, virou lugar-comum. Qualquer idiota em uma encruzilhada arria uma oferenda e invoca um demônio. As portas do Inferno, antes raras e bem-guardadas foram trocadas por portas giratórias, e nem falo só de Sunnydale. Antigamente demônios corriam atrás de peixes grandes, tentando gente graúda. Mesmo em tempos modernos Damien cresceu para virar conselheiro do Presidente dos EUA. Agora demônios azedam leite, fazem estudantes perderem provas do ENEM e convencem homens safados a dar em cima da vizinha gostosa. Demônios são culpados até por homens que se engajam em atividade recreativa retrofuricular. Nosso mundo mediocremente assolado por demônios vem passando por uma trivialização inaceitável desses discÃpulos do Primeiro Entre os CaÃdos. Antigamente os Irmãos Winchester, que eram exÃmios Caçadores passavam uma temporada inteira para eliminar um demônio. Hoje eles despacham esses seres das trevas com uma eficiência que deixaria qualquer pivete do Rio de Janeiro com inveja. A suprema humilhação agora vem — que surpresa — da internet. Um pobre demônio mexicano de nome Charlie está sendo obrigado a multitaskear mais que office-boy de empresa com muito chefe folgado. Invocar demônios razoavelmente decentes, como Abaddon, Asmodeus, Astaroth, Belial, Crowley e minha ex demandava rituais elaborados e encantamentos em latin como: “Attenrobendum eos, ad consiendrum, ad ligandum eos, potiter et solvendum, et ad, congregontum eos, 'coram me.†Charlie? Basta você desenhar duas linhas em um papel, com SIM/NÃO intercalados, colocar dois lápis no meio, perpendiculares, perguntar “Charlie você está aÃ?†e esse demônio mexicano super-ocupado aparecerá para responder suas perguntas, pois se há algo que os demônios são é prestativos. Há uma variação onde duas pessoas seguram três lápis cada uma, e assim como na versão de mesa, esse terrÃvel demônio, oriundo das profundezas do inferno, imortal e dotado de poderes sobrenaturais… mexe os lápis. Sim, Charlie Charlie é uma espécie de Ouija para retardados. A Ouija, você sabe, é que tabuleiro milenar divinatório criado em 1890 e vendido como jogo de salão, onde espÃritos sobrenaturais são invocados e respondem perguntas movendo um apontador pela tabuleta e indicando letras e números. Curiosamente esses espÃritos paranormais perdem a conexão se você vendar os participantes. Aqui uma compilação das mais incrÃveis e inexplicáveis (se você for completamente retardado) aparições de Charlie. ReblopTV — Charlie Charlie Challenge Playing Pencil Game - Vine Compilation! (RAW VIDEO) Essa cerimônia pagã virou modinha de internet, e tem bastante gente levando a sério, mesmo desconsiderando os adolescentes retardados e adultos não muito mais espertos que levam essa bobagem a sério. Pastores evangélicos estão criticando a cerimônia dizendo que “invocar espÃritos não é brincadeiraâ€. Pior, mais gente levou a sério. Em Manaus, na Escola de Tempo Integral José Carlos Mestrinho a direção se reuniu com os pais dos alunos por causa de confusões causadas pela terrÃvel cerimônia satânica. Segundo relatos a brincadeira saiu de controle, com alunos gritando desesperados, correndo, outros dizendo que viram o demônio, gente desmaiando, etc. Sim, eu sei, o nome disso é retardo mental completo associado com histeria coletiva. Duvida? Veja o vÃdeo e morra de vergonha de dividir o mesmo Século XXI com essa gente: Gabriel Santos — Brincadeira Do Charlie Em Manaus - Parte ll Em um mundo ideal os professores aproveitariam a brincadeira para explicar que o lápis não se move sozinho, é um simples efeito da FÃsica Newtoniana, um conjunto em equilÃbrio precário sujeito a N forças externas, nenhuma delas sobrenaturais. O lápis é muito leve, e posicionado em 90 graus em cima de outro se transforma em uma alavanca clássica. Arquimedes, em 1.843.421 AC entenderia perfeitamente. O fulcro no ponto de contato entre os dois lápis é perfeito para que a menor vibração seja transformada em movimento. Correntes de ar do ambiente, as pessoas mexendo as mãos ou mesmo respirando e falando também movimentam o lápis. Normalmente exorcizar um demônio é complicado, não basta recitar o encantamento: Exorcizamus te, omnis immundus spiritus omnis satanica potestas, omnis incursio Ergo draco maledicte No caso do Charlie Charlie fazer o demônio desaparecer só demanda uma redoma de prástico transparente e uma mesa firme. Mantenha todo mundo sem encostar na mesa, coloque os lápis dentro da redoma e invoque o demônio. O Inferno vai congelar e o lápis não vai se mover. Pior, esse truque é muito velho, velho mesmo. Em 1980 um picareta chamado James Hydrick alegou ter poderes paranormais telecinéticos, e virou sensação na televisão nos EUA. Até que James Randi foi chamado e demonstrou que o canalha apenas soprava para movimentar os objetos. Sim, o picareta também movia lápis. Randi, que não vale nada ofereceu US$ 10 mil pro cara usar os poderes psÃquicos para movimentar as folhas de uma lista telefônica mas com pedacinhos de isopor em cima. O vÃdeo é hilário. filmtubense — James Randi exposes Hydrick Alucinações coletivas existem, nem por isso deixam de ser alucinações. Existe uma arte marcial inteira que é baseada nisso, é o tal de Kiai, uma palhaçada na qual os “mestres†projetam energia, tipo um haddouken. Assista esta demonstração de um “mestreâ€. Não, não é o Jackie Chan: bladdan — Kiai master Yanagiryuken Essas pessoas realmente acreditam que o tal mestre tem os poderes, e reagem de acordo. É uma espécie de efeito placebo na base da porrada. O perigo é que todo mundo se acostuma. Uma vez um “mestre†Kiai aceitou um desafio de US$ 5 mil para enfrentar um lutador de MMA. Quando o resultado óbvio ocorreu, a desculpa foi que como o lutador não era treinado em Kiai, não sabia como reagir. Ou seja: o Kiai só funciona se você estiver ciente das regras? Tanto faz, veja, é hilário e gratificante: Brand Kung Fu — Knockout Kiai Master vs Young MMA fighter - you can actually see what happens Vivemos em um mundo assolado por demônios e adoramos. Todos os vÃdeos explicando o fenômeno não devem acumular uma fração das visualizações de Vines, Instagrams e YouTubes de adolescentes histéricas gritando “é o demonho!â€. Se livrar do Charlie Charlie é simples, complicado é se livrar do demônio da ignorância, que faz com que tanta gente se impressione e tenha ataques histéricos por causa de algo tão mundano. Uma pena, mas a pichação na frente da tal escola de Manaus me parece bem precisa. P.S.: a cereja do bolo? Aparentemente os retardados tendo ataques por causa do Charlie Charlie estão vendo entidades sobrenaturais fictÃcias (eu sei, tecnicamente todas são). O tal demônio e a brincadeira são parte da campanha viral do filme de terror The Gallows. |