Como a atividade turistica pode contribuir para a economia de um municipio

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, observou-se forte expansão do turismo. Tal expansão acompanha uma série de mudanças, tais como, a maior mobilidade de pessoas e mercadorias, os avanços das tecnologias e dos transportes, e os novos comportamentos dos pós-turistas, que incorporaram os deslocamentos aos seus cotidianos. Em decorrência, criam-se produtos de alta qualidade para atender um público cada vez mais exigente, levando expansão do setor em termos de mercado de trabalho. Entretanto, mesmo reconhecido como uma força econômica significativa, o turismo não representa apenas um potencial financeiro, pois pode exercer impactos relevantes sobre a cultura e o espaço [natural e social], ao impulsionar a maior presença de pessoas em localidades, muitas vezes de pequeno porte. A atividade turística pode beneficiar a todos, seja a comunidade, o setor público ou a iniciativa privada. Essas relações requerem ações conjuntas de redes, que possibilitem elevar e desenvolver as potencialidades dos negócios locais [agricultura, indústria, comércio e serviços], gerando oportunidades de trabalho e de desenvolvimento do local. A atividade turística caracteriza-se pela prestação de serviços, na qual o trabalhador ganha relevância, por interferir significativamente na qualidade e competitividade do produto final (Silva & Freitas, 2005; Barbosa, 2012; OIT, 2012; Fonseca & Petit, 2002).

O objetivo deste artigo é o de analisar iniciativas de ordem pública e privada, que contribuam para com a melhoria do desempenho do turismo rural e das relações locais de trabalho. Para tanto, foram analisadas conjunturas sociais e econômicas do município de Delfim Moreira, Minas Gerais, de modo a detectar os elementos que possam contribuir para o incremento da atividade turística e, em decorrência, da economia, envolvendo melhorias para o local e sua população. Pequenos municípios enfrentam problemas sociais e econômicos, índices reprimidos de desenvolvimento humano, desemprego e subemprego. A atividade turística pode contribuir para minimizar tais problemas, “uma vez que sua dinamicidade possibilita a geração de emprego e renda onde quer que aconteça e se instale, tanto para os municípios como para as suas populações” (Medeiros, 2014, s.p.).

Este estudo se justifica pela possibilidade de indicar o Turismo, até agora pouco praticado em Delfim Moreira, como ativador local de melhorias econômicas e sociais. Percebendo essa potencialidade no município, buscou-se analisar as relações entre Turismo e Trabalho Local. Nesse sentido, foram observadas características do desempenho do turismo rural no município, em termos de benefícios, dificuldades existentes, envolvimento e participação do setor público, do privado e da sociedade, em relação ao planejamento e execução da atividade turística.

REVISÃO DE LITERATURA

Iniciou-se a aproximação ao objeto Turismo e Trabalho, realizando leituras prévias sobre o estado da arte, bem como para fundamentar a discussão dos dados de campo. Revisada a literatura, foram encontrados diversos subtemas relacionados ao objeto proposto no âmbito deste artigo: (1) Políticas Públicas de Incentivo ao Turismo, (2) Investimentos, (3) Abordagens Conceituais sobre Trabalho, (4) Trabalho e Terceiro setor, (5) Relação entre Trabalho Local e (6) Turismo, na sua perspectiva regional, todos brevemente sumarizadas a seguir.

Políticas Públicas de Incentivo ao Turismo - As políticas públicas traduzem formas do exercício político, envolvendo a distribuição e a redistribuição do poder. São definições relacionadas com o regime político vivenciado (Teixeira, 2011). Entretanto, como há conflitos no processo de decisão, há a necessidade de medidas sociais e institucionais para que essas políticas sejam legitimadas e tenham eficácia. Em relação às políticas públicas do Turismo, é papel do Estado apoiar, construir e propiciar o desenvolvimento da atividade, inclusive em relação às infraestruturas urbana e de acesso aos atrativos.

Beni (2002) entende a política de Turismo como um conjunto de fatores que condicionam e ditam caminhos para atingir objetivos globais em relação à atividade. Para este autor, tais políticas determinam ações prioritárias, facilitando o planejamento por parte das empresas do setor, em relação aos empreendimentos e atividades que possam receber apoio do Estado. Nesse sentido, a política de turismo permite planejar a atividade, com coerência e respeito à população local, em direção ao crescimento econômico. Para Nogueira (1987), o Estado possui quatro funções no âmbito da atividade turística: coordenadora, normativa, planejadora e financiadora. A função coordenadora responde pela elaboração e implementação de uma política para o turismo; a função normativa diz respeito a formulação de leis e regulamentos específicos; a função planejadora proporciona a integração dos planos de Turismo no planejamento global da atividade; e, a função financiadora está relacionada aos subsídios de infraestrutura e apoio à iniciativa privada. Significa dizer que as políticas públicas de Turismo orientam, mostram caminhos, procedimentos e condições para um planejamento, seja de curto, médio ou longo prazo. Além disso, devem priorizar questões sociais e ambientais, sendo defensoras e mediadoras entre interesses e necessidades.

Investimentos - Os investimentos podem ser públicos [recursos governamentais] e privados [os disponibilizados por pessoas físicas e jurídicas, de direito privado]. Os investimentos públicos devem estar diretamente relacionados às políticas públicas e, de alguma forma, aos investimentos privados, quando das parcerias público-privadas. O Investimento público ocorre por meio de projetos. Geralmente são desenvolvidos estudos para decisões sobre como alocar os recursos, com foco no “retorno fiscal e na viabilidade dos empreendimentos, especialmente nos setores de infraestrutura, além da sistematização dos conhecimentos setoriais e de projetos” (Tesouro Nacional, 2014). Considerando essa orientação, pode-se afirmar que, para que uma região ou local se desenvolva, deve-se considerar como fator fundamental a atuação de atores locais [poder público, poder privado e sociedade]. A articulação desses atores com as políticas públicas aumenta a possibilidade de a região ou localidade ter um desenvolvimento mais assertivo e sólido. No caso do Turismo, os municípios que contam com Conselho Municipal de Turismo [Comtur], incluindo representantes públicos, privados e da sociedade, este deve atuar em questões de desenvolvimento da atividade, acompanhando a execução de ações e definindo programas necessários ao fomento da atividade turística na localidade.

Trabalho - Segundo Antunes (2000), a década de 1980 trouxe mudanças no mundo do trabalho, em países de capitalismo avançado. As mudanças estão relacionadas às formas de inserção do trabalho na estrutura produtiva, nas formas de representação sindical e política. O capitalismo contemporâneo assumiu nas últimas décadas uma configuração que acentuou sua lógica destrutiva. O neoliberalismo e a reestruturação produtiva da era da acumulação flexível geraram desemprego, precarização do trabalho e uma degradação na relação entre homem e natureza, conduzida pela lógica do capital (Antunes, 2000). A sociedade contemporânea está em um contexto de crise estrutural do capital, no qual a lógica do sistema de produção vem se convertendo em um processo destrutivo, originando uma sociedade de excluídos e precarizados. Para o mesmo autor, a classe trabalhadora tornou-se mais qualificada em vários setores [ex. siderurgia] e, ao mesmo tempo, se desqualificou em outros ramos [ex. indústria automobilística, construção naval etc.], pode-se perceber uma precarização do trabalho mundial, com tendência a uma provável queda no trabalho formal no Brasil. A precarização leva à terceirização, que não é o mesmo que informalidade-, mas que torna informal facilmente, podendo acarretar o descumprimento dos direitos trabalhistas.

A questão do trabalho é uma grande preocupação no campo das políticas públicas, pois existe a convicção de que é necessário desenvolver programas e ações que melhorem a situação atual e a limitada oferta de oportunidades. Segundo Bortoli (2009), a geração de trabalho está relacionada ao incentivo ao associativismo, ao cooperativismo, ao empreendedorismo e ao trabalho em equipe, habilidades de gestão que tendem a possibilitar ao trabalhador a tomada de decisão. Na implementação dessas formas de gestão do trabalho, torna-se comum a presença de pessoas que foram de certa forma, afastadas das possibilidades de trabalho e são capturadas em estratégias que, ao aproximá-las do trabalho, as faz reféns de práticas que competem para a manutenção e conservação das relações sociais instituídas.

Trabalho: Terceiro setor - Para Bauman (1998), no contexto atual prevalecem as demandas do mercado, em detrimento da população, o que traz maior exclusão para parcelas da população. Isso mostra a necessidade de se pensar em uma nova cultura política, capaz de responder aos interesses sociais, de promover liberdade social, valorização do ser humano, qualidade de vida, que redução das desigualdades sociais, culturais e políticas. Podemos dizer que necessitamos de alternativas para estruturar as relações de trabalho existentes no cenário do capitalismo atual. Para Montaño (2002) é importante discutir o papel desempenhado pelas organizações não governamentais [associações, fundações, cooperativas etc.] que compõem o terceiro setor. Essas organizações dão assistência à população por meio de projetos e programas que incentivam a geração de emprego e renda, despertando na população o interesse por investir e implementar atividades que assegurem a melhoria da qualidade de vida. O terceiro setor foi um meio encontrado pela sociedade civil para preencher a lacuna deixada pelo Estado [primeiro setor], com sua ineficiência, e pelo privado [segundo setor], por visar somente ao lucro, e que assim, nem sempre conseguem corresponder às demandas da sociedade (Montaño, 2002). No Brasil, várias organizações fazem parte do Terceiro Setor e são atuantes nas mais diversas áreas, como: meio ambiente, inclusão, erradicação da fome e da miséria, trazendo melhorias para a sociedade (Rodrigues, 2014). O Quadro 1 apresenta alguns tipos e exemplos de organizações do terceiro setor e suas características.

Como a atividade turistica pode contribuir para a economia de um municipio

Quadro 1
Os tipos de organizações no Terceiro Setor
Adaptado de Rodrigues (2014)

O terceiro setor é o conjunto de entidades não governamentais [sociedade civil], sem fins lucrativos, possui gestão própria, é voluntário e institucionalizado por formalmente constituídas. Tem por objetivo a geração de serviços de caráter público. Segundo o artigo 44 do Código Civil Brasileiro, essas entidades são consideradas como pessoas jurídicas de direito privado, podendo ser associações, cooperativas de trabalho e fundações que representam o terceiro setor (Brasil, 2007). O terceiro setor não deve ser substituto da função do Estado, ele deve auxiliar nos problemas sociais. Nele se enquadram as associações, organizações sociais, cooperativas, fundações, institutos, etc. (Fundação Aperam, 2012). Com base no exposto, pode-se dizer que as organizações do terceiro setor existem para atender demandas dos indivíduos por mudanças na sociedade, refletindo em melhores condições de vida. Deve-se conscientizar a população da importância de se participar de projetos onde a ação solidária ajuda os necessitados, proporcionando e incentivando a cidadania.

Relação entre Trabalho Local e Turismo - Muitas localidades têm investido na promoção do turismo, na expectativa de gerar postos de trabalho em número significativo. Para tanto as ações desempenhadas pelo poder público e privado, no sentido de qualificar o trabalhador para o segmento turístico se tornam fundamentais. No entanto, apesar desta evidência, observa-se que o segmento turístico mostra uma precarização das relações de trabalho, principalmente nos segmentos de hotelaria e alimentação, no que concerne à baixa qualificação e falta de preparo dos trabalhadores (Fonseca & Petit, 2002). Essa atividade veio se desenvolvendo sem o devido planejamento e sem considerar, muitas vezes, a população local, o meio ambiente e o próprio turista. Nesse sentido o que se propõe é o desenvolvimento de forma planejada que possa atingir de maneira positiva todos aqueles envolvidos no processo. Toda uma estrutura deve ser planejada para atender a atividade turística local, que deve contar com instalações de equipamentos, transporte, rede de água e esgoto, energia elétrica, comunicação, etc. Essa infraestrutura requer investimento na economia, deixando clara a capacidade que o turismo tem de ser um multiplicador econômico, influenciando a geração de emprego e renda, principalmente para o local que o incentiva (Wegrzynovski, 2007).

Segundo Fonseca e Petit (2002), apesar das dificuldades existentes no segmento turístico com relação ao trabalho, inúmeras localidades investem nesta atividade, incentivadas pelo seu potencial na geração de empregos diretos e indiretos. No entanto, o que se percebe é a busca pela quantidade e nem sempre pela qualidade do emprego gerado. Para Silva e Freitas (2005), o governo deve investir esforços para ampliar a capacidade de análise desse setor, que nos últimos anos passou a ocupar papel relevante no conjunto das políticas públicas brasileiras e, por isso, demanda informações confiáveis e oportunas para formulação de diagnósticos e estratégias de ação. A Organização Mundial do Turismo (OMT, 2012) recomenda atenção a sete segmentos, em que o setor turístico movimenta o trabalho local: hospedagem; agências de viagem; transportes e comunicação; ensino; aluguel de transportes; alimentação e entretenimento, cultura e lazer. Conforme a Secretaria de Cultura e Turismo de Itajubá (2012) há muitos aspectos positivos decorrentes da atividade turística: gera uma oferta necessária de moeda estrangeira; aumenta a renda; incrementa o Produto Interno Bruto; desenvolve infraestrutura ajudando no desenvolvimento da indústria e do comércio; ajuda a diversificar a economia local; distribui desenvolvimento; aumenta as receitas do governo; amplia horizontes educacionais e culturais; reforça a preservação do patrimônio e da tradição; justifica a proteção e as melhorias ambientais. Com base no conteúdo exposto, pode-se dizer que, para ocorra maior crescimento do trabalho local em relação ao turismo é preciso que haja contribuição dos seguintes fatores: melhoria da infraestrutura completa de serviços turísticos [ampla e adequada infraestrutura hoteleira, uma adequação dos serviços prestados por agência de viagens e operadoras de turismo local e oferta de serviços complementares aos de hospedagem, principalmente no que diz respeito a entretenimento e lazer]; um nível de segurança satisfatório para os turistas no local; adequada infraestrutura de transportes e investimentos na divulgação dos atrativos locais.

A perspectiva regional do Turismo - Regionalizar não é apenas o ato de agrupar municípios próximos e similares. É construir um ambiente que seja democrático, que possua harmonia e participação do poder público, da iniciativa privada, do terceiro setor e da comunidade. É pensar em uma gestão compartilhada do protagonismo local, é promover a integração e a cooperação intersetorial, com atuação conjunta entre todos os envolvidos direta e indiretamente na atividade turística de uma determinada localidade (Brasil, 2007). O esperado diante desse quadro é que cada região turística planeje e decida seu próprio futuro, de forma participativa e respeitando os princípios da sustentabilidade econômica, ambiental, sociocultural e político-institucional. Para o Ministério do Turismo (Brasil, 2007), o que se busca com o Programa de Regionalização do Turismo é fornecer subsídios, estrutura e qualificação para que as regiões se responsabilizem pelo seu desenvolvimento. Com essa responsabilidade, ocorre a consolidação de novos roteiros, novos produtos turísticos e competitividade nos mercados tanto internacional quanto nacional. Para tanto, deve-se perceber o turismo como uma atividade econômica capaz de gerar postos de trabalho, renda, riquezas e distribuição de renda, por meio de um crescimento planejado e organizado do fluxo turístico do destino.

O Brasil possui uma significativa diversidade de atrativos turísticos com potencial de atrair os turistas para as localidades onde se encontram. Estes atrativos estão distribuídos por todo o país, sendo eles naturais: praias, rios, florestas e animais; e culturais: artesanato, culinária, festas folclóricas e outras manifestações. As pessoas em busca de lazer, saúde, cultura, aventura, entre outras finalidades, saem para conhecer os inúmeros atrativos espalhados pelo país. É por meio da identificação e da potencialização desses atrativos que se dá início a organização do processo de roteirização. Esse processo faz com que a oferta turística de uma região se torne mais rentável e comercialmente viável (Brasil, 2007). A oferta turística torna-se mais rentável quando sua organização é capaz de gerar mais empregos, postos de trabalho e circulação de dinheiro, consequentemente isso requer o aumento dos postos de trabalho. Devem ser estudadas as condições para desenvolver o turismo, de modo a aproveitar o potencial dos atrativos turísticos a partir do planejamento da atividade turística, gerando desenvolvimento econômico para a região (Brasil, 2007).

MÉTODO

Quatro fases foram seguidas para a elaboração do presente estudo, conforme mostra a Fig. 1

Como a atividade turistica pode contribuir para a economia de um municipio

Figura 1
Fluxo metodológico e fases do método
Os Autores

O contexto geográfico da pesquisa foi o município de Delfim Moreira, em Minas Gerais. A escolha do município se deu pela sua capacidade de articulação com o foco da pesquisa, em virtude de três características: presença de atrativos locais; existência de trabalho local no âmbito do turismo; o fato de ser uma cidade de pequeno porte com potencial turístico, mas com pouco investimento governamental e privado nessa área. A pesquisa foi realizada em 2014, por meio dos seguintes procedimentos:

Pesquisa bibliográfica – Foi a primeira fase da pesquisa, com função exploratória, realizando-se levantamento bibliográfico nos seguintes temas: <Políticas Públicas de Incentivo ao Turismo>, <Investimento>, <Trabalho>, <Trabalho Local e Turismo>, considerados essenciais para a construção e desenvolvimento da investigação proposta.

Levantamento de dados documentais – Na segunda fase, foi realizada a pesquisa documental na Secretaria de Turismo de Delfim Moreira. A pesquisa esteve restrita a documentos que constituem o que se denomina como fontes primárias. Foi realizado o levantamento e análise das seguintes fontes: Inventário Turístico do Município, o livro ‘Construtores de Nossa História’ e Projetos. Essas fontes contribuíram para o entendimento e a interpretação dos dados colhidos em campo e auxiliaram na análise dos resultados.

Pesquisa de campo – Terceira fase e o momento da coleta de dados empíricos foram realizados por meio de entrevistas em profundidade, do tipo semiestruturadas e estruturada, ou seja, com roteiros pré-estabelecidos e com questionário aplicado no campo. As entrevistas foram realizadas em cinco setores: Hospedagem [hotéis e pousadas]; Artesanato [artesãos]; Gastronomia [comidas e bebidas típicas]; Poder Público [Gestor Municipal]; Terceiro Setor [Associações]. (Quadro 2)

Como a atividade turistica pode contribuir para a economia de um municipio

Quadro 2
Entrevistas realizadas no município de Delfim Moreira- MG
Os Autores

Foram realizadas 25 entrevistas no total, com atores sociais públicos e privados, dos cinco segmentos citados. Buscou-se levantar as seguintes informações: histórico do Turismo em Delfim Moreira; delimitações; as perspectivas do Trabalho Local com potencial em relação ao Turismo; as políticas públicas de incentivo ao Turismo, a capacitação em relação ao trabalho local, entre outras. Nessa coleta buscou-se o significado dos dados coletados em função do objetivo da pesquisa.

A análise de dados, a quarta fase da pesquisa, demandou uma leitura aprofundada dos dados de campo. Bardin (1977) afirma que o analista, com os resultados obtidos, pode propor interferências e adiantar interpretações a propósito dos objetivos previstos. Para Manzini (2002), o primeiro momento da análise de dados é a transcrição das entrevistas, quando será formado outro tipo de documento, para auxiliar na análise e demonstração dos fatos, destacando que, no caso da entrevista semiestruturada, a mesma deve ser realizada pelo(s) próprio(s) pesquisador(es). A transcrição deve ser fiel ao discurso oral do entrevistado, assim como foi produzido. Assim, as 25 entrevistas foram transcritas e analisadas. Após as transcrições das entrevistas, a análise de conteúdo foi dividida em três fases, conforme Bardin (1977): (1) Pré-análise, quando o material é organizado, formulada as hipóteses e elaborados os indicadores que irão fundamentar a interpretação final, tratando-se de uma análise exploratória, para identificar os construtos; (2) Exploração do material, quando se realizam as decisões da pré-análise, a codificação de resultados e as categorizações, aprofundando a análise para identificação dos significados dos construtos; (3) Tratamento dos resultados, momento de inferência e interpretação.

ANÁLISE E RESULTADOS

Neste ítem será apresentada a análise geral dos resultados da pesquisa de campo, com enfoque nas pesquisas realizadas com gestores municipais, setor de gastronomia [comidas típicas e bebidas típicas], hospedagem [pousadas/hotéis], artesãos e associações. Este procedimento permitiu analisar os fatores de identificação e caracterização das iniciativas de ordem pública e privada que contribuíram com o desempenho do turismo rural no município de Delfim Moreira e entender como o trabalho local pode ser aprimorado.

Município de Delfim Moreira-MG - Delfim Moreira está localizado no Sul de Minas Gerais, no alto da Serra da Mantiqueira, região reconhecida pelo artesanato, culinária [tradicional cozinha mineira] e pelos atrativos em turismo de aventura, rural, cultural [festas religiosas, populares e folclóricas, em um patrimônio com quase 300 anos de história] e de natureza [cachoeiras, picos e bosques naturais].

Como a atividade turistica pode contribuir para a economia de um municipio

Figura 2
Vista de Delfim Moreira - MG
Prefeitura Municipal de Delfim Moreira (2012)

Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil de 2013, as características do município de Delfim Moreira são: área total de 409,35 Km², IDHM de 0,669 (2010), população total de 7.971 habitantes (IBGE 2013), localizado na microrregião Itajubá e na Mesorregião Sul/Sudoeste de Minas Gerais, Gentílico: Delfinense (Figura 3).

Como a atividade turistica pode contribuir para a economia de um municipio

Figura 3
Mapa de localização de Delfim Moreira-MG
Adaptado de IBGE, 2010 e DNIT, 2010

A economia local inclui pecuária, agricultura, artesanato, comércio e serviços. Destacam-se: piscicultura de trutas, fruticultura, produção de bebidas e derivados do leite, criação de gado e galináceo, extração de minerais, produção de batata, tomate, mandioca, artesanato em fios, palha e bambu, entre outros. Grande parte dessas atividades é compatível com o Turismo, podendo gerar interessantes de visitação e consumo. A Prefeitura de Delfim Moreira, foca suas ações no incentivo à pluralização da cultura local. Ela vem buscando apoio do Ministério da Agricultura e linhas de financiamento para o fortalecimento da agricultura familiar e o resgate da fruticultura. Hoje Delfim Moreira tem no turismo fator de sustentabilidade para o desenvolvimento e a qualidade de vida de sua população. O município integra as roterizações Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas [CTCSM] e Estrada Real (Secretaria de Turismo, 2013).

Análise Geral das Relações entre Turismo e Trabalho Local em Delfim Moreira - Delfim Moreira é uma cidade rodeada por montanhas, com cachoeiras que atraem visitantes. O município tem no Turismo fator de sustentação para o seu desenvolvimento e a qualidade de vida da sua população. Além das potencialidades turísticas pelo seu caráter natural e cultural [Quadro 3], sua localização próxima a São Paulo e Rio de Janeiro torna-o de fácil acesso.

Como a atividade turistica pode contribuir para a economia de um municipio

Quadro 3
Turismo em Delfim Moreira - MG
Elaborado pelos autores

É por meio do envolvimento entre as organizações e o Turismo que se estabelecem as relações entre este e o trabalho no local. Esse envolvimento resulta nos processos que refletem nas características do trabalho local. Dessa forma, com base na pesquisa de campo, foram identificados processos que representam os pontos de ligação entre o turismo e o trabalho local. Esses processos, que se tornaram indicadores de análise para este trabalho, permitiram o entendimento das relações e ajudaram a identificar os benefícios e as dificuldades na ótica dos atores locais. A paisagem natural, com cachoeiras e vegetação da Mata Atlântica, propicia oportunidades de turismo ecológico e de aventura. De acordo com documentos locais, entretanto, o Turismo Rural é a modalidade que ganha destaque, pois as atividades em meio à natureza e no meio rural são as mais procuradas, além de ser o mais antigo e evidente no município (Construtores de Nossa História, 2012). Há grande número de propriedades rurais e diversidade de atividades e produtos nessas propriedades, entre eles os orgânicos, levando ao turismo gastronômico e incentivando a visitação aos locais de produção. O espaço também se beneficia da gastronomia, sendo a cervejaria artesanal seu ponto forte.

O turismo religioso também se evidencia, com peregrinação pelas rotas Frei Galvão, Aparecida e Caminhos da Fé, que passam por fazendas e pelo bairro do Charco. No Caminho de Aparecida [Itajubá – Aparecida] as pessoas geralmente vêm pela rodovia Fernão Dias, se hospedando e alimentando em Delfim Moreira onde. Como o turismo religioso é considerado forte, são executados trabalhos voltados para sua manutenção e incentivo, como promoção de festas paroquiais de bairros, geralmente bastante movimentadas e investimentos em centros comunitários. De acordo com entrevistas realizadas, Delfim Moreira se destaca pela sua hospitalidade. Considera-se que a hospitalidade não se marca apenas pela relação entre visitante e visitado, mas exige reciprocidade e trocas culturais, ou seja, é muito mais do que um bom atendimento. Pôde-se perceber que existe no município um acolhimento em relação ao turista, um aconchego, pois, segundo os entrevistados, os hóspedes se sentem aceitos com sua identidade e suas particularidades.

O Quadro 4 indica os pontos fortes, pontos fracos e sugestões propostas pelos entrevistados em Delfim Moreira. A partir desses destaques é possível determinar quais ações poderiam ser tomadas para melhorar o desenvolvimento do turismo e do trabalho local em Delfim Moreira.

Como a atividade turistica pode contribuir para a economia de um municipio

Quadro 4
Pontos fortes, pontos fracos e sugestões para Turismo e Trabalho local
Os Autores

Apesar de Delfim Moreira apresentar potencial e boa capacidade de seus meios de hospedagem, possui uma infraestrutura turística precária que dificulta o fomento da atividade. Não há rodoviária na cidade nem transporte turístico, falta sinalização, o acesso aos atrativos naturais é precário, pouca manutenção nas estradas, dificultando o acesso aos locais e uma maior permanência dos turistas. É necessário que sejam realizados investimentos e um melhor planejamento da atividade.

Em relação à mão de obra e sua contratação, os empresários buscam funcionários que morem no local para assumirem os postos de trabalho. Há funcionários contratados, diaristas, funcionários temporários e contratos de estágio. Foi identificada pequena parcela de trabalhadores na informalidade, ou seja, de diaristas e temporários, que geralmente não possuem registro. Os empreendimentos, quando empregam funcionários, em geral o fazem para tarefas de motorista, segurança, camareira, cozinheira, garçom, gerente, terceirizados para a limpeza externa e manutenção do local, entre outros, tanto na zona urbana como na rural. Não há um preparo específico voltado para o turismo, ou treinamentos dentro do próprio estabelecimento. Nesse sentido, considera-se que informalidade pode trazer prejuízos para o crescimento local.

Quando perguntados sobre as dificuldades em relação ao trabalho, percebe-se nas falas dos entrevistados que há dificuldade por parte de quem contrata mão de obra qualificada, sendo que, quase sempre, para tais funções acabam sendo contratadas pessoas de outras regiões. Os empreendimentos em Delfim Moreira apresentam característica familiar [trabalham com a família em forma de sociedade ou empregam familiares], por isso alguns dos entrevistados acreditarem que falta no município a cultura do empreendedorismo. Segundo um dos entrevistados, uma visão mais empreendedora entre os empresários locais poderia ajudar a atender uma demanda reprimida por mais hospedagens no município e geraria novos postos de trabalho.

Existe falta no município da cultura do empreendedorismo, da compreensão da importância de ser um empreendedor e defender a identidade do Turismo. Há, também, necessidade de um acompanhamento do Sebrae / Prefeitura ou da Secretaria de Turismo no setor (Entrevistado, H1).

Há entre os entrevistados, a percepção de que a geração de trabalho está relacionada ao incentivo do cooperativismo, associativismo, ao trabalho em equipe, empreendedorismo. Essas ações podem fornecer habilidades de gestão e dar ao trabalhador possibilidade de tomada de decisão. Foi unânime entre todos os entrevistados as declarações sobre falta de qualificação profissional e de capacitação tanto para quem contrata quanto para quem trabalha nesse segmento. Ou seja, os entrevistados percebem que os empreendimentos não oferecem capacitação para o funcionário, apenas treinamento, o município não investe em capacitação nem elabora políticas públicas de apoio e incentivo à capacitação. Outra situação que ocorreria, conforme outro entrevistado, seria que:

As pessoas que se formam na Fundação Roge, por exemplo, em cursos voltados para o segmento do Turismo, elas têm um ideal de formação para um grande negócio, para trabalhar em grandes empreendimentos, grandes cidades. Então, geralmente se formam e saem do município, pois Delfim não possui grandes empreendimentos e os que existem trabalham praticamente com a família, isso dificulta encontrar pessoas qualificadas (Entrevistado AS1).

Quanto ao setor de alimentos, existem pequenos estabelecimentos como bares, lanchonetes e restaurantes, a maioria deles servindo pratos regionais e locais, como a truta. Os estabelecimentos, nas palavras dos entrevistados, dariam preferência a produtos orgânicos produzidos no próprio município e quando precisam de algo que não encontram na cidade, compram na região. Em relação à matéria prima utilizada, principalmente pelos artesãos, existem algumas dificuldades: não conseguem variedade de produto na cidade e o custo é alto, levando á compra dos insumos em outras cidades da região. Foi identificada, ainda, a falta de roteiros comercializados. O município não possui centro de informações turísticas, guias ou roteiros estruturados. No entanto, as pousadas e hotéis possuem programações próprias, mas há grande dificuldade de circulação, em decorrência da falta de manutenção das estradas e de transporte; os hotéis e pousadas possuem transporte próprio para a realização dos passeios aos destinos turísticos locais.

A situação dos moradores da zona rural merece um destaque especial. Eles são os mais prejudicados pela falta de transporte e são afastados das possibilidades de trabalho e lazer. São necessárias ações de planejamento para que essas pessoas sejam introduzidas no mercado de trabalho e participem das atividades realizadas no município. Os artesãos da zona rural não têm conhecimento do que ocorre no centro da cidade e não participam de feiras e eventos por falta de transporte. Em relação ao projeto de Produção Associada ao Turismo [PAT] realizado no município de Delfim Moreira, esse catalogou os produtos já identificados e reconhecidos como estimuladores do desenvolvimento do município e diagnosticou o cenário de produtos e produtores por meio de questionários. É necessária outra ação para organização da atividade turística em relação a sua produção, realizar uma conscientização e uma interação entre empresas, governo, setores e sociedade. Somente assim agregar-se-á valor aos produtos e diversificar a oferta turística, desenvolvendo a localidade por meio da integração de seus produtos que trazem consigo a identidade local. O município carece de uma estrutura para divulgação, confecção e exposição dos produtos mapeados no PAT.

Em relação à comunidade, a mesma possui pouca consciência sobre a atividade turística local, carecendo de conscientização e incentivo para que a comunidade participe das ações realizadas, pois pequena parte da população é favorecida com o turismo local e conhece seus atrativos. As colocações dos entrevistados reforçam o que Fonseca e Petit (2002) dizem: o setor turístico é caracterizado por uma precarização do trabalho e de suas relações, principalmente nos segmentos de hotelaria, onde são generalizadas as reclamações pela baixa qualificação e falta de preparo dos trabalhadores em geral. Isso se deve a uma atividade desenvolvida sem o devido planejamento, sem considerar a população local, o meio ambiente e o próprio turista. Torna-se necessário no município programas e ações que melhorem a situação atual, pois ela está limitando as oportunidades, nesse sentido criar oportunidades se torna uma demanda urgente. São fundamentais ações desempenhadas pelo poder público no sentido de qualificar o trabalhador para o segmento turístico.

O trabalho, em si, é um elo entre o homem e o meio, entre o homem e a natureza, entre o homem e a sociedade. Ao analisar os resultados desta pesquisa, percebe-se que o município de Delfim Moreira necessita de uma articulação em rede, pois ela promove a interação entre as pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas, para que para que haja compartilhamento de conhecimentos, capacitação, ganho de market share, redução de custos e adoção de novas tecnologias. Para que tal seja implementado, é necessário um melhor planejamento da atividade turística, de modo a considerar o trabalho local como elemento essencial ao atendimento da demanda do turismo local. Juntamente com o trabalho local, se deve, sobretudo, promover o debate entre as diferentes visões do desenvolvimento pretendido, levando em conta a realidade local, as necessidades específicas dos grupos envolvidos, as expectativas para o futuro e as experiências já vivenciadas no âmbito do desenvolvimento do Turismo.

CONCLUSÃO

O presente estudo buscou analisar as iniciativas públicas e privadas que contribuem para o desempenho do turismo rural na cidade de Delfim Moreira, buscou ainda analisar como o trabalho local pode ser aprimorado. O Turismo e o Trabalho local são atividades que não podem ser retiradas do processo de desenvolvimento de Delfim Moreira, pois a cidade aposta na sua diversificação, explorando cada vez mais atividades [produção de bebidas, piscicultura, fruticultura, plantações, artesanato e bordados...], compatíveis com o turismo e que podem ser interessantes pontos de visitação. Podem ser encontrados no município de Delfim Moreira diversos segmentos de turismo [rural, ecológico, aventura, gastronômico, religioso...], com destaque para o turismo rural. Essa diversidade quanto aos segmentos de turismo presentes mostra que são necessários serviços específicos e profissionais qualificados nas mais diversas áreas de atuação, de modo a aprimorar o desempenho da atividade.

As iniciativas de ordem pública existentes no município são os projetos de incentivos e parcerias para investimento e incentivo do turismo local. Não há políticas públicas concretas de incentivo e o município não destina verbas para investimento. Já as iniciativas privadas são compostas de investimentos [dos negócios locais, como pousadas e restaurantes] que podem ser encontrados em forma de: divulgação, transporte, manutenção em estradas da zona rural e infraestrutura básica. Esses investimentos privados são realizados com a finalidade de se obter retorno financeiro, para o município, contribuindo com melhorias na infraestrutura, divulgação e geração de renda.

Implicações teóricas - A literatura estudada sobre turismo e trabalho local apresenta diversas frentes de estudos que podem auxiliar a compreensão para a identificação de pontos de contato entre esses dois abrangentes temas, tais como: a função das políticas públicas (Nogueira, 1987; Beni, 2002; Silva & Freitas, 2005); as características do trabalho (Antunes, 2000; Bortoli, 2009); e a precarização do trabalho local em turismo (Fonseca & Petit, 2002). No entanto, o conteúdo destes textos não aprofunda a relação entre turismo local e trabalho a ponto de gerar a compreensão de quais ferramentas gerenciais e públicas poderia aprimorar a atividade de turismo e, ao mesmo tempo, a qualidade do trabalho local em pequenas cidades. Dessa forma, a presente pesquisa, por meio de um estudo qualitativo, identificou e caracterizou os seguintes elementos, como sendo os elementos de ligação entre turismo e trabalho local: Investimentos, Características dos Empreendimentos, Políticas Públicas, Cultura Local, Atrativos, Terceiro Setor.

Implicações Gerenciais - O turismo no município estudado está relacionado diretamente ou indiretamente com diversas organizações, como: hospedagens, restaurantes, fazendas, artesanato, igrejas, associações, outras. Por meio desse envolvimento, são estabelecidas as relações entre turismo e trabalho local. Para que ocorra um crescimento do trabalho local em relação ao turismo é preciso que haja melhoria de infraestrutura completa de serviços turísticos (segurança, hospedagem, transporte, comunicação, sinalização, divulgação dos atrativos, outros). Quanto à capacitação para o trabalho, a mesma é precária, pois existe deficiência na formação dos trabalhadores no segmento; para quem contrata essa é a principal dificuldade; mas essa capacitação tem se mostrado como preocupação para o poder público Existe a convicção de que é necessário criar políticas públicas, desenvolver programas e ações que melhorem a situação atual que limita a oferta de oportunidades, sendo essa uma demanda urgente da localidade.

Notou-se também a necessidade de conscientizar a população sobre a relação entre turismo e trabalho local. Essa conscientização pode estimular o envolvimento social e um maior incentivo aos investimentos na atividade. Deve-se ampliar a análise do setor, pois demanda informações confiáveis e oportunas para a formulação de diagnósticos e estratégia de ação. No município estudado, a geração de trabalho pode estar relacionada ao incentivo ao associativismo, ao cooperativismo, ao empreendedorismo e trabalho em equipe, por meio das associações já existentes e com a criação de outras associações. O terceiro setor em Delfim Moreira dá assistência à população por meio da execução de projetos e programas que incentivam a capacitação, a geração de emprego e renda. Esse pode ser um dos canais para introduzir novamente, ao mercado, pessoas afastadas das possibilidades de trabalho.

Para um município pequeno como Delfim Moreira o Turismo pode ser um importante instrumento de geração de renda, em termos de criação de empresas, aquecimento da economia e do comércio local e emprego. Além disso, existem outros efeitos positivos que o turismo pode gerar: ajudar na preservação ambiental, promover o resgate histórico e cultural, manter a identidade, melhoria da qualidade de vida da população, entre outros.

Qual a contribuição do turismo para a economia?

Dados do IBGE, indicam que o turismo no país contribui, diretamente, para cerca de 3,7% do PIB nacional e 3% do total de empregos no país. No turismo internacional, o Brasil saiu de um patamar de 4,1 milhões de chegadas internacionais de turistas em 2003, para um resultado superior a 6 milhões nos últimos anos.

Porque a atividade turística é importante para a cidade?

Importância do turismo para o desenvolvimento das cidades. O Turismo, desde que bem trabalhado, pode ser uma excelente fonte de renda para os municípios e estados. É, ainda, um importante fator para o desenvolvimento das cidades por conta da qualidade de vida que proporciona para a população local.

Como o turismo contribui para o desenvolvimento das comunidades locais?

Ele realmente pode contribuir para a conservação dos ecossistemas das comunidades receptoras, bem como pode proporcionar o desenvolvimento do orgulho étnico. As comunidades passam a ter orgulho da originalidade dos recursos naturais e culturais de sua localidade, atuando como agentes protetores desses recursos.

Como a realização da atividade turística pode contribuir?

A atividade turística dentro de parques urbanos possibilita a preservação dos fragmentos florestais trazendo benefícios, como a qualificação da infraestrutura local, dos profissionais envolvidos, aumento da consciência ambiental, do sentimento de pertencimento dos residentes bem como o aumento da permanência de ...