Em cada momento uma metade da lua é iluminada pelo sol, enquanto a outra está escura

A Lua está sempre com a mesma face virada para a Terra, mas isso não significa que o outro lado seja escuro — então é errado falar "lado escuro da Lua" ao se referir sobre o hemisfério lunar que não conseguimos ver daqui da Terra. James O'Donoghue, ex-cientista da NASA que trabalha atualmente para a JAXA (agência espacial japonesa), criou duas animações para explicar essa questão de maneira didática.

“Lembre-se de não dizer ‘lado escuro da Lua’ quando se referir ao ‘lado afastado da Lua’”, escreveu o cientista em seu Twitter. “Em um período de 12 horas, a escuridão se move 185 km pelo equador lunar, então você pode ver mudança de fase em uma única noite”, explicou.

A animação mostra como a Lua, assim como a Terra, sempre tem metade de sua superfície iluminada pela luz do Sol, enquanto a outra metade está escura, mas que há uma movimentação de luz e escuridão. Ou seja: não existe um hemisfério em que sempre é noite, ao contrário do que a expressão “lado escuro da Lua” nos leva a acreditar.

O ideal, portanto, é chamar de “lado afastado” ou de “lado mais distante”, pois se trata do hemisfério do satélite natural que nunca pode ser visto aqui da Terra. Porém, lembre-se que há momentos em que podemos ver um pouco desse hemisfério escondido, por conta de um fenômeno chamado libração, um movimento de balanceio da Lua, que muda de leve a perspectiva do satélite para quem olha daqui.

Duração dos dias e noites lunares

Cada dia lunar dura duas semanas terrestres, assim como cada noite. Na fase de Lua Nova, o lado afastado está inteiramente iluminado; portanto, de dia, enquanto a face virada para a Terra está escura, à noite, com uma pequena faixa de sua superfície sendo visível para nós.

“Um termo melhor [do que lado escuro] que usamos na astronomia é 'lado noturno': não é ambíguo e é informativo da situação que estamos discutindo”, escreveu O’Donague. Lembrando, no entanto, que o lado noturno varia durante os 29,5 dias em que a Lua dá a volta na terra.

O mais curioso é que o lado mais afastado da Lua tem período de iluminação maior do que sua face mais conhecida por nós. É que o primeiro hemisfério nunca sofre um eclipse, enquanto o lado voltado para a Terra é encoberto pela sombra do planeta em alguns períodos. Isso não ocorre em toda fase de Lua Cheia porque o satélite tem uma inclinação de 5° de sua órbita em relação à da Terra ao redor do Sol.

No vídeo abaixo, você entende melhor do que estamos falando:

Em cada momento uma metade da lua é iluminada pelo sol, enquanto a outra está escura

Fonte: Twitter, Business Insider

Texto Reinaldo José Lopes

Não há nada de sombrio ou misterioso no “lado escuro” da Lua. Na verdade, muitas naves tripuladas e não tripuladas – inclusive as famosas missões Apollo e seus astronautas americanos – fotografaram e filmaram essa região do nosso satélite natural. Não encontraram nada de esquisito, somente pedras, areia, crateras e montanhas. E ratificaram o que os astrônomos já estavam carecas de saber: a Lua não tem “lado escuro” nenhum, mas uma face que nunca é vista por quem olha aqui da Terra.

Lado oculto, porém, não quer dizer que ele seja escuro. A Lua, assim como o nosso planeta, gira em torno de seu próprio eixo. Ou seja: tem um ciclo de dia e noite, com cada centímetro da sua superfície sendo iluminado pelo Sol por um determinado período a cada giro completo.

A gente vê sempre o mesmo lado da Lua porque a atração gravitacional exercida pela Terra forçou a ocultação permanente da outra face. Ao longo do tempo, a interação gravitacional entre os dois corpos celestes fez com que o satélite ficasse trancado numa espécie de sincronização entre seus períodos de rotação (o giro da Lua em torno de si mesma) e translação (a volta que ela dá ao redor do nosso planeta). Os dois levam um pouco menos de 4 semanas para ser completados. É a duração do mês lunar .

Ora, se para dar uma volta em torno de si mesma a Lua gasta o mesmo tempo que para dar uma volta ao redor da Terra, o satélite acaba ficando sempre com a mesma face virada na nossa direção. Torna-se um pouco mais fácil de visualizar quando você imagina uma pessoa dando uma volta ao seu redor no mesmo tempo em que dá um giro completo em torno dela mesma. Faça o teste! Ao estabelecer essa sincronia de movimentos (a mesma que existe entre a rotação e a translação da Lua ), essa pessoa jamais vai lhe dar as costas, mantendo os olhos o tempo todo em você.

Ironicamente, o lado distante da Lua, como também é chamado pelos astrônomos, recebe até mais luz solar que o lado visto daqui, porque nunca está sujeito a eclipses – nos quais a sombra projetada por nosso planeta recobre o satélite. Em compensação, a face visível recebe mais luz refletida da Terra, o que faz com que ela, na média, seja um pouco mais iluminada.

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Duas caras
A face da Lua virada para a Terra é cheia de planícies; a outra, toda esburacada

LADO PRÓXIMO
Esta é a face da Lua que está sempre voltada para a Terra, com dois tipos predominantes de terreno: mares (áreas mais escuras, na verdade planícies cobertas por lava) e regiões montanhosas (as regiões mais claras da foto).

LADO DISTANTE
É a face que nunca vemos aqui da Terra. Quase não tem mares e apresenta número muito maior de crateras formadas pelo impacto de asteroides. Foi fotografada pela primeira vez em 1959, por uma sonda soviética.

1 + 2 = 3
Entenda por que o satélite natural nos mostra sempre a mesma metade

1. ROTAÇÃO
É o giro que a Lua dá em torno de seu próprio eixo. Nosso satélite natural precisa de exatamente 27 dias, 7 horas, 43 minutos e 11 segundos para concluir esse movimento (mesmo tempo necessário para dar uma volta completa em torno da Terra).

2. TRANSLAÇÃO
Movimento que a Lua faz ao redor da Terra. Como o tempo gasto para dar uma volta completa no planeta é o mesmo que o satélite leva para girar em torno de si mesmo, ele acaba ficando sempre com a mesma face voltada para a nossa direção.

3. SINCRONIA
Rotação e translação demoram o mesmo tempo para ser completadas porque, ao longo de bilhões de anos, a interação gravitacional entre a Lua e a Terra forçou essa sincronização. É o que os astrônomos chamam de acoplamento de maré.

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O correto seria chamá-lo de "oculto" ou "distante". Ele nunca é visto da Terra, mas recebe até mais luz solar que a face avistada daqui

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Por que é possível dizer que sempre há um lado escuro da Lua?

As forças de maré da Terra abrandaram a rotação da Lua até o ponto em que o mesmo lado está sempre voltado para a Terra - um fenômeno chamado rotação sincronizada. A outra face, a maior parte da qual nunca é visível da Terra, é portanto chamada de "o lado oculto da Lua".

Como o Sol ilumina a Lua?

“A Lua não emite luz, não tem luz própria. Quando olhamos para o céu e a vemos brilhante e imponente, olhamos na verdade o Sol na Lua. O Sol é fonte de luz primária, um corpo luminoso. A Lua é fonte secundária, um corpo iluminado”, comentou o professor Diego Mendonça.

O que acontece em cerca de 7 dias depois da lua nova?

Quarto Crescente Inicia-se sete dias depois da Lua Nova, quando a Lua e Sol, vistos da Terra, estão separados de 90°. Metade do disco iluminado pode ser visto da Terra.

É correto chamar a face não vista da Terra de face oculta da Lua?

O correto seria chamá-lo de "oculto" ou "distante". Ele nunca é visto da Terra, mas recebe até mais luz solar que a face avistada daqui.