Madona primeira vez no brasil

RIO - No final de 1993, Madonna levou uma verdadeira multidão ao Maracanã para assistir a seu 'Girlie Show', batendo o recorde de público pagante em suas apresentações. Leitores que estiveram lá na época, escreveram contando suas lembranças daquela noite. Leia os relatos:

Luiz Eduardo Paim Varella:

"Com dezesseis anos de idade, pisei pela primeira vez no gramado do Maracanã. Até então, só conhecia a sua arquibancada, assistindo aos jogos do Flamengo e da Seleção Brasileira.

Em dia de calor intenso, Madonna pisou no palco às 17h para uma passagem de som que levou seus fãs ao delírio. Grande parte deles, pessoas de fora do Rio de Janeiro, que dormiram na fila da antiga geral do estádio. Havia também cariocas mais aficionados.

Às 18h, uma amostra do que nos aguardaria do lado de dentro: uma multidão se espremia tentando formar uma fila para passar pelas catracas, deixando muita gente em pânico. Quando eu e três amigos entramos, uma hora depois, a passagem de som já havia terminado. Nos colocamos da metade do campo para frente, a cerca de trinta metros do palco. O show estava marcado para 21h.

Por causa do calor e da imobilidade que os melhores lugares do gramado acabava gerando, vi muita gente desmaiando desidratada. Nenhum vendedor de bebida chegava onde estávamos. O início do show atrasou meia hora, o que não é costume em eventos internacionais, gerando muitas vaias entre 21h e 21h30m.

Apesar da saga relatada, o espetáculo foi sensacional. Destaque para a versão de "Garota de Ipanema", especialmente preparada para a apresentação no Brasil. Se a performance for repetida, o ingresso valerá cada centavo gasto".

Max Figueiredo Neves:

"Fila extensa, contornando duas vezes o Maracanã. Encontrei os melhores e favoritos amigos, teve um cara que desceu de pára-quedas no meio do povo, sem contar com o show, que foi esplêndido! A Madonna é carioca!"

Patricia Sá:

"Eu era Relações Públicas do Caesar Park quando Madonna esteve no Rio/Maracanã. Fiquei impressionada com o profissionalismo de sua equipe para lidar com toneladas de bagagens (ela trazia uma academia completa para sua suíte, fora as dezenas de malões do elenco), alimentação restritíssima (nada que não fosse industrializado) e segurança pessoal. Madonna tem uma disciplina férrea, e só comia pratos com misturas 'estranhas' de sua dieta especial, além de malhar quatro horas por dia.

Sua identificação com a cidade foi grande, e gerou até um discurso-manifesto em defesa da imagem do Rio durante o show.

De toda forma, a artista foi bem-sucedida em se reposicionar várias vezes ao longo dos anos conforme dita a cartilha do marketing para qualque produto: trash, glamour hollywoodiano, desafio ao cristianismo, erotismo, mãe inglesa introspectiva dedicada à Cabala, retrô disco à la Farrah Fawcett, e agora é a vez do street/rap mesclado ao pop com Timbaland e Justin Timberlake, fontes onde foi beber por serem o que acha interessante e instigante atualmente. Quem não gosta do gênero, certamente só vai se empolgar no show deste mês quando ela cantar os sucessos 'clássicos' de sua carreira.

Mas pela grandiosidade do espetáculo, pelo engajamento político-religioso que o show vai certamente representar e pela oportunidade de ver ao vivo o maior ícone da música pop mundial ainda em ação, vale comparecer ao Maracanã."

Edmilson Herculano da Silva Junior:

"Estive no show da Madonna no Rio de Janeiro em 1993 e fui um dos sortudos que entraram cedo no Maracanã e assistiram à passagem de som. Era um dia ensolarado, de um calor escaldante, mas aguentei firme até a hora do show, que foi maravilhoso.

Tenho apenas algumas críticas. O palco era muito baixo, apesar de ter ficado bem próximo e de medir 1,75m de altura, não dava para ver a diva direito, a menos que pulasse. Achei um erro lamentável. Houve também muitas tentativas de furto e brigas, porque as vítimas reagiam, provocando correria e empurra-empurra. Numa dessas confusões, várias pessoas caíram no chão, inclusive eu, que luxei meu ombro.

Mas como sou teimoso e tenho esperança que dessa vez o público seja mais civilizado, pretendo comparecer ao próximo show, que talvez seja o último que ela faz por aqui."

Roberta Giannini:

"Cheguei bastante cedo para garantir meu lugar na fila do gargarejo e, para minha imensa surpresa, vejo aquela loirinha, baixinha, às 3h da tarde de um dia super ensolarado do Rio de Janeiro, fazendo seu aquecimento pra galera que já estava lá! Foi incrível, foi como pagar por um show e ganhar dois! Te espero Madonna!"

Rafael Poggi:

"Depois de quatro horas ingratas numa fila no shopping Rio Sul, me despenquei com vizinhos e recém-conhecidos na fila para Madureira, afim de conseguir os raros ingressos para pista - afinal, show que é show tem que ser de pista. Mas se arrependimento matasse, eu não estaria aqui agora.

No show, eu estava relativamente próximo ao palco, mas só vi Madonna duas vezes: sua entrada no palco, ao descer pela bola, e quando a cama elevou-se num dos números. O resto do show, só pelo telão. Isso sem contar com o péssimo som de todo o show, que gerou suspeitas de um possível playback. Madonna em playback? Prefiro uma boate! Ainda mais mandando um palavrões infantis para a platéia...

Infelizmente, essas são as lembranças do show para mim; um verdadeiro fiasco e falta de consideração dos organizadores para com o público pagante. Desta vez, a alta injustificável no valor dos ingressos com certeza vai fazer um fã a menos pagar para ver..."

Fabiana Calixto Esteves:

"Fui em uma excursão, saindo de Belo Horizonte sem ingresso. Passei no shoping e comprei arquibancada. Na saída, um cara sofreu um acidente de moto e me vendeu o del,e de gramado. Sorte, assim ficaria com minhas amigas. Guardei o de arquibancada como lembrança. E tive que vender meu cabelo para pagar os ingressos. Mas tudo valeu a pena. Cheguei e fui uma das primeiras no Maracanã. Vi Madona de perto e me machuquei a beça, mas estava ali, na primeira fila. Cantei as músicas e tudo aquilo foi um delírio só, demais!"

Jaqueline Bastos:

"Depois do show de São Paulo, o Juizado da Infância e Juventude proibiu a entrada de menores de idade desacompanhados no show do Rio. Aí, pirei, porque já havia comprado o ingresso e esperado por aquele momento por seis anos. Fiz meu pai comprar outro só para entrar comigo. Depois de ter comprado o segundo ingresso, eles voltaram atrás e permitiram a entrada de menores, acima de 14 anos. Eu tinha 13, mas entrei, claro."

'Emla':

"Amei o show e assisti ao ensaio antes também. Eu era uma adolescente, tinha uns 16-17 anos... Agora tenho 31 e a Madonna, cinqüentona, é perfeita para mim!"

'Sguenis'

"Estava lá passagem de som. Mas estava mega estressada por quase ter sido esmagada por uma multidão de mal-educados que se espremia antes dos portões abrirem. Para completar, os bombeiros jogaram água nas pessoas pra afastá-las da grade e quem estava lá na boa sofreu as conseqüências.Pelo menos me diverti muito durante o show depois."

Daniely Oliveira Andrade de Araújo:

"Eu fui! E assisti ao ensaio que teve antes, falei com a Madonna. Quando o show começou, eu já tinha visto tudo antes. O melhor momento foi o final. O Maraca veio abaixo!"

'RacerX':

"Com a experiência de ter assistido ao Rock'n Rio 1, ao Hollywood Rock, a shows no Maracanã (Paul McCartney e Sting), Canecão, Circo Voador etc. posso afirmar que o show da Madonna em 93 foi uma das piores coisas que já vi.

Sem graça e sonolento, foi um espetáculo para adolescentes (público-alvo de sempre da artista). Daí a profusão de palavrões, cujo objetivo era atrair a simpatia dos jovens 'rebeldes' e chocar os conservadores."

'lea leal':

"Estou aguardando ansiosa o show. Assisti ao de 93, espetacular, ficou marcado. Me lembro tão bem do início do show, de uma dançarina descendo por um corrimão do alto do palco e ela entrando de dominatrix. Já vi os novos figurinos de Givengy, um luxo!"

'Labasque':

"The Girlie Show foi emocionante. Um delírio visual. A cada música o cenário mudava totalmente. Quando cantou 'Deeper and deeper', a cantora desceu lá do alto em cima de uma gigantesca bola de espelhos. 'La isla bonita' foi o melhor momento do show, com muitos bailarinos, efeitos, luzes e cores, como num musical da Broadway. O Maracanã estava lotado. Mas foi tudo muito bacana. Um astral incrível. As pessoas muito excitadas com a presença da estrela."

'Áries1973':

"Eu estava lá e quase fui pisoteada na hora de entrar no Maracanã. Era um mar de gente, as pessoas não precisavam nem se movimentar, porque eram levadas pela multidão. Pior que Flamengo e Vasco em jogo de decisão. Fora isso, estava maravilhosa. Mas o que marcou minha memória mesmo foi o perrengue na entrada, mais até do que a performance da diva."

Luiz Vilela:

"Éramos a terceira camada humana em frente ao palco e começamos todos a desmaiar de calor (50 graus em cima de nossas cabeças). Quando me levaram um pouco para trás, para uma 'clareira'. Congelei quando a minha roupa ensopada esfriou. O show foi um arraso! Uma experiência incrível, que nunca esqueci. Madonna on top of her form! And beauty too, com cabelos curtos. Like a boy!"Este texto foi escrito a partir de relatos de leitores do Globo. Quer participar também e enviar sua notícia?Clique aqui

Quando foi o primeiro show da Madonna no Brasil?

Foi em de setembro de 1993, segundo Maurício, que aconteceu coletiva de imprensa anunciando oficialmente os dois shows de Madonna no Brasil: 03 de novembro no Morumbi (SP) e 06 de novembro no Maracanã (RJ). Madonna iria trazer a turnê 'The Girlie Show' para a sua primeira passagem pelo Brasil.

Quando foi o show da Madonna no Maracanã?

O estádio do Maracanã recebe neste domingo (14/12) e nesta segunda-feira (15/12) a cantora pop Madonna. Após 15 anos sem se apresentar no Brasil, ela divulga o show da turnê 'Sticky & Sweet'. Madonna já está no Rio, chegou em um vôo fretado, às 5h40 de sexta-feira.

Qual é o valor do show da Madonna?

A rainha do pop Madonna tem um cachê digno da realeza. Um show dela custa mais de um milhão de dólares, valor de mais de 2,2 milhões de reais.

Quando foi o último show de Madonna?

Madonna encerrou sua turnê Lady X em Nova York nesse sábado (12.10) à noite. Ela deixou a Howard Gilman Opera House na Academia de Música do Brooklyn em Nova York ao lado de Ahlamalik Williams, um dançarino de 25 anos e coreógrafo. Ele também foi destaque no videoclipe de Madonna lançado em junho passado, God Control.