Dois anos após a extinção do horário de verão, novo estudo realizado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresenta o mesmo argumento usado pelo governo em 2019: a mudança no relógio não traz economia de energia. Show A avaliação aponta que o mecanismo poderia ajudar, mesmo que pouco, a atenuar o consumo nos horários de ponta, ou seja, quando há maior consumo de energia. Por isso, no diagnóstico entregue ao Ministério de Minas e Energia (MME) nesta semana, não faz recomendação alguma, pois o mecanismo teria um efeito “neutro”, de acordo com o ONS. A avaliação foi feita a pedido da pasta diante da pressão crescente de alguns setores da economia e da grave escassez nos reservatórios das usinas hidrelétricas. O tema voltou à pauta após os segmentos do turismo, alimentação e comércio pedirem ao presidente Jair Bolsonaro a retomada do mecanismo, sob argumento de que pode contribuir para a recuperação financeira dessas atividades. CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Especialistas no setor elétrico afirmam que, mesmo que seja uma pequena economia de energia, seria relevante frente ao atual cenário que o setor elétrico passa. O estudo do ONS foi entregue ao Ministério de Minas e Energia, que agora irá analisar os resultados. Ao Estadão/Broadcast, o presidente do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, afirmou que o estudo traz uma análise do mecanismo e que não foi feita recomendação pela adoção ou não. “Em poucas palavras: do ponto de vista energético é neutro. Do ponto de vista de ponta ajuda com o deslocamento da mesma, mas não atenua tanto assim. Sendo assim, para o setor elétrico ajuda pouco, e é claro, não atrapalha”, afirmou. “[O efeito] é neutro, não dá pra recomendar, nem rejeitar”, disse. De acordo com ele, a solicitação do Ministério era no sentido de atualizar um estudo feito há dois anos, que foi usado como base para a decisão de Bolsonaro de acabar com o horário de verão. À época, o diagnóstico foi que não havia mais economia de energia tão relevante. Isso porque como o calor é mais intenso no fim da manhã e início da tarde, os picos de consumo aumentam nesse horário durante o verão, o que leva as pessoas a usarem mais o ar condicionado. Ciocchi avalia que o novo diagnóstico confirma o estudo de dois anos atrás. Criado com a finalidade de aproveitar o maior período de luz solar durante a época mais quente do ano, o horário de verão foi instituído no Brasil em 1931 pelo então presidente Getúlio Vargas e adotado em caráter permanente a partir de 2008. CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE A redução da economia do horário de verão começou a ser percebida e questionada em 2017, quando foi registrada uma queda de consumo da ordem de 2.185 megawatts, equivalente a cerca de R$ 145 milhões. Em 2013, a economia havia sido de R$ 405 milhões, caindo para R$ 159,5 milhões em 2016, uma queda de 60%. Conheça o plano de ação da XP para você transformar os desafios de 2022 em oportunidades de investimento. O horário de verão no Brasil terá início a meia noite deste domingo, dia 20 de outubro. A partir desta data, moradores dos 11 estados brasileiros terão que adiantar seus relógios em uma hora. A mudança vai até o dia 16 de fevereiro do ano que vem com o intuito de economizar energia elétrica nos horários de pico. Existem muitos benefícios do horário de verão para o país, principalmente na economia, mas é bom ficar de olho em alguns dos aparelhos que mais consomem energia e poupar sempre que possível. Os estados que adotam o horário de verão são o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. As regiões sul e sudeste apresentam os maiores índices de consumo de energia elétrica, portanto os estados que mais se destacaram neste quesito foram São Paulo – por conta da grande concentração de indústrias nas áreas urbanas –, Minas Gerais e o Rio Grande do Sul. Entre esses três, teoricamente, o estado de Minas Gerais obteve uma economia de energia elétrica superior aos outros estados, devido a maior incidência de raios solares sobre a região. De acordo com a ONS (Operação Nacional de Sistema Elétrico), no final de fevereiro, quando foi contabilizado o balanço do ultimo horário de verão entre 2012 e 2013, houve uma redução na demanda no horário de pico de cerca de 2.477 megawatts (MW), ou seja, 4,5%. Nesse período, a economia teria sido maior, cerca de R$ 200 milhões caso as usinas termoelétricas – as quais geram energia pela queima de combustíveis fósseis e bagaço de plantas e são ativadas quando há falta de água usada nas hidrelétricas – não fossem ativadas. Como não houve volume significativo de chuvas no período, as hidrelétricas não atenderam a demanda energética do país e por isso as usinas termoelétricas foram ativadas. Portanto, não ocorreu o que a ONS considera uma “despesa evitada”. Foto: Agliberto Lima/AEApesar de existir o horário de verão, é interesse que o consumidor entenda a importância de se economizar a energia o ano inteiro, por isso é interessante conhecer a capacidade energética dos equipamentos elétricos. Segundo a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), o ar condicionado, a geladeira, o chuveiro e o ferro elétrico são os vilões do consumo com médias mensais acima de 12 kw/h. O campeão é o chuveiro que representa 35% da conta com 70 kw/h, seguido do ar condicionado com consumo de 120 kw/h. Já a geladeira e o ferro elétrico consomem 80kw /h e 12 kw/h, respectivamente. Confira a lista dos sete aparelhos mais comuns que usamos em casa e aprenda a usá-los sem gastar muito na conta de luz do final do mês: Ar condicionadoSe quiser ter um ambiente climatizado, instale o ar condicionado em um local estratégico, próximo a ambientes amplos e a corredores, assim o aparelho consegue arejar o máximo de espaço possível. Além disso, limpe os filtros do ar condicionado com frequência, pois a sujeira impede a livre circulação do ar e força o aparelho a trabalhar mais. Foto: solucoeslucymizaelGeladeiraA manutenção da geladeira tem de estar em dia para a conta não exceder no final do mês. Por isso, observe periodicamente se a borracha de vedação está em bom estado, pois a má conservação provoca um dos maiores desperdícios de energia. Também evite colocar peças de roupas molhadas para secar atrás dela, já que essa prática aumenta o consumo de energia. ChuveiroPara economizar altere-o para o modo “verão”, pois a medida consome menos kilowatts por hora. Diminuir o tempo no banho também pode ser uma boa, além de economizar água. Ferro elétricoDe acordo com a jornalista de meio ambiente Lydia Cintra, a melhor ocasião para poupar a energia desse aparelho é ligá-lo após ter acumulado o máximo de roupas para passá-las todas de uma vez. Além disso, evite passar roupa quando diversos aparelhos elétricos estiverem ligados ao mesmo tempo. TelevisãoPara economizar no consumo de energia da televisão uma dica simples é não deixar o aparelho em modo stand by (no qual uma luz, geralmente vermelha, fica acesa), pois isso também consome energia. Evite dormir com o aparelho ligado também. Lâmpada Fluorescente. Foto: casaeimoveisLâmpadasManter as luminárias limpas também é uma forma de economizar já que a iluminação se torna mais eficiente. Se puder, opte pelas lâmpadas fluorescentes que duram mais e gastam menos energia. É importante lembrar também que o descarte deste tipo de lâmpada não é no lixo comum. Máquina de lavar roupaPara poupar energia, ligue a máquina só quando ela estiver com a capacidade máxima de roupas indicada pelo fabricante. Dessa forma você economiza energia e água. Além disso, limpe frequentemente o filtro da máquina e leia o manual de instruções para otimizar o uso. O que é o horário de verão?→ Início do horário de verão
Os relógios são adiantados em 1 hora, a partir da meia-noite da data de início, ou seja, quando os relógios marcarem 0h00, deverão ser adiantados para 01h00. No início do horário de verão, o relógio é adiantado em uma hora.
Como o horário de verão pode favorecer a economia de energia elétrica?O horário de verão corresponde ao aproveitamento máximo de luz solar com o intuito de economizar o consumo de energia elétrica e minimizar a sobrecarga durante alguns picos diários de consumo de luz. Essa medida é adotada em diversos países.
O que é o horário de verão é de que forma ele influencia no consumo de energia elétrica?Por meio do adiantamento dos relógios em uma hora, a prática visa a economia de energia ao retardar o início da noite e oferecer às pessoas essa hora adicional de exposição ao sol. Geralmente, acontecia entre os meses de outubro e fevereiro, chegando a durar 120 dias.
Qual a economia do horário de verão?A empresa brasileira MegaWhat, especializada em energia elétrica, fez uma estimativa de cálculo e descobriu que a economia de energia com o adiantamento de uma hora no relógio é de 0,5% equivalente a uma redução de 949mil megawatt-hora (MWh) em quatro meses.
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