Por que alguns países estão mais propensos a ocorrência de terremotos?

28 dezembro 2018

Por que alguns países estão mais propensos a ocorrência de terremotos?

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O relatório também destaca a vulnerabilidade das crianças em áreas afetadas por desastres

Um novo estudo afirma que 9 dos 15 países com maior risco de sofrerem desastres naturais, incluindo aqueles relacionados a mudanças climáticas, são ilhas.

O World Risk Report 2018 (Relatório de Risco Mundial 2018, em tradução livre) analisa o risco de terremotos, tsunamis, furacões e inundações em 172 países - e também avalia a capacidade que eles têm de responder a eventos como esses.

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O estudo é da Universidade Ruhr de Bochum, na Alemanha, e da Development Helps Alliance, uma aliança de ONGs humanitárias alemãs.

Ele foi divulgado num momento em que a Indonésia registrou pelo menos 429 mortos e 150 desaparecidos em decorrência de um tsunami que atingiu a costa do país no final de 2018.

A região está localizada entre a Ásia continental e a Oceania, sendo esta última a área considerada mais vulnerável a desastres naturais, de acordo com os pesquisadores.

Top 15

No relatório, os pesquisadores destacaram a difícil situação das crianças nessas áreas marcadas pela vulnerabilidade - cerca de uma em cada quatro crianças no mundo vive em uma área afetada por desastres.

Além disso, dados da ONU mostram que mais da metade das pessoas desalojadas por conflitos ou desastres naturais em 2017 tinham menos de 18 anos.

As ilhas estão no topo da lista devido à vulnerabilidade a fenômenos climáticos, incluindo o aumento do nível do mar.

A pequena ilha de Vanuatu, no Pacífico Sul, foi considerada a nação mais vulnerável do mundo, seguida pela vizinha Tonga.

Ilhas

O arquipélago das Filipinas, com uma população de mais de 104 milhões de pessoas, está em terceiro lugar.

Embora a Oceania tenha sido, em geral, a região considerada de maior risco pelos pesquisadores alemães, países da África não apenas figuram de forma expressiva entre os 50 principais países com probabilidade de sofrer um desastre natural como também correspondem a 13 dos 15 com maior "vulnerabilidade social" a desastres.

Segundo o relatório, o Catar é o país com o menor risco.

Os pesquisadores destacaram a necessidade de preparação para desastres naturais extremos, usando como exemplo positivo a forma como as nações europeias reagiram à onda de calor que atingiu o continente na primavera e no verão, causando secas que afetaram diretamente a agricultura.

"Foi a vulnerabilidade relativamente baixa dos países afetados pela seca que os poupou do desastre", escreve Katrin Radtke, professora da Universidade Ruhr de Bochum.

O índice de risco é calculado levando em conta não só a probabilidade de um desastre natural acontecer mas também como um país está preparado para um evento do tipo, considerando fatores como normas de construção, níveis de pobreza e os planos existentes para uma eventual crise.

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Relatório avalia riscos de áreas serem atingidas por terremotos, por exemplo, assim como a capacidade de resposta a esse tipo de evento

Isso explica por que nações com histórico de desastres naturais, como o Japão e o Chile, atingidos por terremotos, não estão entre os 20 países de maior risco.

Ou como a Holanda, que há séculos tem lutado contra o nível do mar, ocupa apenas a posição número 65.

"Esses países não conseguem reduzir o suficiente os possíveis riscos decorrentes de eventos naturais, mas eles não são os mais vulneráveis", diz o relatório.

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O Catar foi considerado o país com o menor risco de desastres naturais

"Em relação ao clima, 2018 foi um ano surpreendente, e de aprendizado. Mais uma vez, ficou claro que estar bem preparado para eventos naturais extremos é fundamental", disse Angelika Bohling, presidente da Development Helps Alliance.

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Os terremotos ou abalos s�smicos s�o classificados como eventos geol�gicos. Eles s�o definidos como fen�menos de vibra��o brusca da superf�cie da Terra que podem durar segundos ou minutos. Os terremotos ou abalos s�smicos s�o provocados por movimentos na crosta terrestre, composta por enormes placas de rocha, chamadas de placas tect�nicas. Al�m disso os tremores tamb�m podem ser resultantes de atividade vulc�nica ou de deslocamentos de gases (principalmente metano) no interior da Terra. O movimento � causado pela libera��o r�pida de grandes quantidades de energia na forma de ondas s�smicas.

As placas tect�nicas se movimentam lenta e sucessivamente sobre uma camada de rocha parcialmente derretida, ocasionando um cont�nuo processo de press�o e deforma��o nas grandes massas de rocha. Quando duas placas se chocam ou se raspam, elas geram um ac�mulo de press�o que provoca um movimento brusco.

H� tr�s tipos de movimentos: convergente (quando duas se chocam), divergente (quando se movimentam em dire��es contr�rias) e transformante (separa placas que est�o se deslocando lateralmente). Os movimentos convergente e divergente das placas provocam altera��es no relevo. A cada choque, a placa que apresenta menor viscosidade (mais aquecida) afunda sob a mais viscosa (menos aquecida). A parte que penetra tem o nome de zona de subduc��o. No oeste da Am�rica do Sul, por exemplo, o afundamento da placa de Nazca sob a placa continental originou a cordilheira dos Andes.

A maior parte dos terremotos ocorre nas bordas das placas tect�nicas (�tect�nica� tem origem na palavra �constru��o� em grego) ou em falhas entre dois blocos rochosos. As regi�es mais sujeitas a terremotos s�o aquelas pr�ximas �s placas tect�nicas como o oeste da Am�rica do Sul onde est� localizada a placa de Nazca e a placa Sul-Americana; e nas regi�es em que se formam novas placas como no oceano Pac�fico onde se localiza o Cintur�o de Fogo. O comprimento de uma falha causada por um terremoto pode variar de cent�metros a milh�es de quil�metros, como por exemplo, a falha de San Andreas na Calif�rnia, Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, localizado no limite das placas Norte-americana e do Pac�fico , ocorrem de 12 mil a 14 mil eventos s�smicos anualmente (ou seja, aproximadamente 35 por dia). Baseado em registros hist�ricos de longo prazo, aproximadamente 18 grandes terremotos (de 7,0 a 7,9 na Escala Richter) e um terremoto gigante (8 ou acima) podem ser esperados num ano.

Entre os efeitos dos terremotos est�o: vibra��o do solo, abertura de falhas, deslizamento de terra, tsunamis e mudan�as na rota��o da Terra. Al�m disso temos consequ�ncias prejudiciais ao homem como ferimentos, morte, preju�zos financeiros e sociais, desabamento de constru��es etc.

A regi�o onde ocorre a libera��o de energia s�smica (ondas s�smicas), ou a falha na rocha, � chamada de regi�o focal ou foco s�smico - hipocentro. O ponto diretamente acima do foco, na superf�cie da Terra, � chamado de epicentro. A zona ao redor do epicentro � normalmente a mais afetada por um abalo s�smico.

Em alguns terremotos, os tremores s� podem ser registrados por aparelhos denominados sism�grafos. Outros s�o abalos t�o violentos que devastam extensas regi�es.

O maior terremoto j� registrado foi o Grande Terremoto do Chile, em 1960, atingindo 9.5 na escala de Richter, em seguida o da Indon�sia, em 2004, registrando 9.3 na mesma escala. O que um terremoto provoca na superf�cie da Terra, tal como, tremor sentido pelas pessoas, rachaduras nas paredes ou no solo, desabamentos de edifica��es, etc., pode ser medido como sua intensidade, na escala denominada Escala Mercalli. A escala mais usada para medir a grandeza dos terremotos � a do sism�logo Charles Francis Richter. Sua escala varia de 0 a 9 graus e calcula a energia liberada pelos tremores.

Um estudo de ge�logos americanos divulgado em Maio de 2008 sugere que terremotos de grandes propor��es � como o que devastou a prov�ncia chinesa de Sichuan, no dia 12 de maio de 2008 � podem provocar tremores secund�rios at� do outro lado do planeta. O ind�cio do fen�meno foi publicado no jornal cient�fico brit�nico Nature Geoscience, por uma equipe de pesquisadores da Ag�ncia de Pesquisa Geol�gica dos Estados Unidos (US Geological Survey). Segundo eles, 12 dos �ltimos 15 grandes terremotos � de magnitude superior a 7 pontos na escala Richter � ocorridos desde 1990 deram origem a ondas s�smicas que provocaram, dias depois, pequenos abalos at� em continentes muito distantes do epicentro do tremor original.

O grande terremoto que sacudiu a costa da Sumatra (Indon�sia), em 2004, por exemplo, provocou abalos secund�rios em lugares como o Alasca, a Calif�rnia e o Equador, segundo os cientistas. Foram tremores menores, entre 3 e 5 graus, mas suficientes para assustar as popula��es destes locais. Os ge�logos n�o deram uma explica��o conclusiva para o fen�meno, apenas apontaram a rela��o entre tremores descoberta depois de analisarem registros de mais de 500 sism�grafos espelhados pelo mundo. E, coincid�ncia ou n�o, a regi�o central da Col�mbia foi abalada por um tremor de magnitude 5,5, duas semanas ap�s o grande terremoto chin�s, o que pode ajudar a comprovar a teoria.

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Porque alguns países são mais propensos a ocorrência de terremotos?

Portanto, algumas regiões da Terra são mais propícias do que outras para sofrerem com os tremores, pois são zonas em que duas placas diferentes estão em constante interação, a exemplo do Japão. Observe o mapa: Mapa das Placas Tectônicas pelo mundo.

Qual é a principal causa do terremoto?

Os terremotos ou abalos sísmicos são provocados por movimentos na crosta terrestre, composta por enormes placas de rocha, chamadas de placas tectônicas. Além disso os tremores também podem ser resultantes de atividade vulcânica ou de deslocamentos de gases (principalmente metano) no interior da Terra.

Por que ocorrem terremotos em alguns lugares e em outros não?

O que conhecemos sobre o interior do planeta é fruto de estudos das ondas emitidas durante os eventos sísmicos. Eles revelam que os locais próximos às bordas das placas são os mais suscetíveis. No Brasil, a terra também treme, mas pouco, pois o país está em uma área intraplacas, ou seja, longe das bordas.

Por que alguns países como o Chile são atingidos mais comumente por terremotos?

Os terremotos no Chile justificam-se pela posição geográfica do território do país, que se situa em uma área de elevada tensão tectônica. O Chile vem sendo o palco para a ocorrência de inúmeros desastres naturais, com destaque para os terremotos.