Qual foi a importância da economia cafeeira no processo de interior?

Ao trabalhar o desenvolvimento da econômica cafeeira no Brasil, o professor de História deve estar atento às várias transformações que esse episódio trouxe no âmbito das relações de trabalho. Como bem sabemos, em um primeiro instante, o crescimento das exportações de café determinou um impressionante aumento no tráfico negreiro. Contudo, na metade do século XIX, esse episódio se interrompeu com a proibição do tráfico negreiro.

Nesse novo contexto, observamos que muitos cafeicultores buscaram pelo sistema de parceria, o uso da mão de obra de imigrantes europeus interessados pela atividade agrícola. Observando tal experiência, alguns alunos podem acreditar que essa prática foi importante para que o uso da mão de obra escrava fosse diminuindo aos poucos. Nesse momento, buscando mostrar outra faceta dessa experiência, o professor pode questionar – dada a devida explicação sobre o mesmo – se o sistema de parceria seria mais justo.

Após ouvir algumas opiniões a respeito, indicamos ao professor a exposição de uma constatação feita pelos historiadores Verena Stolcke e Michael Hall, no artigo “A introdução do trabalho livre nas fazendas de café de São Paulo”. Segue o trecho a ser trabalhado:

“(...) Por que, (...) os fazendeiros de São Paulo adotaram o sistema de parceria? A parceria permitia que o proprietário se beneficiasse do trabalho da família dos parceiros. Os fazendeiros sempre se opuseram ao recrutamento de homens solteiros, argumentando que os imigrantes com família mostravam-se menos propensos a abandonar as fazendas. Isso pode ser verdade, mas certamente era de igual importância o fato de que as famílias dos imigrantes constituíam uma reserva de trabalho barato na época da colheita, que exigia mais braços.”

Por meio dessa interessante constatação, os alunos podem perceber que o sistema de parceria não determinou o fim do antigo hábito que os proprietários de terra tinham em explorar a força de trabalho de seus empregados. Nesse caso, a recompensa material cedida pelo cafeicultor no sistema de parceria era muito pequena se entendermos que o fazendeiro acabava se aproveitando do trabalho de toda uma família de imigrantes.

Além disso, os alunos têm a oportunidade de observar que os trabalhadores imigrantes solteiros não dispunham das mesmas oportunidades de trabalho que eram reservadas às famílias de imigrantes. Sob tal aspecto, as relações de trabalho extrapolam o sentido da oferta e da procura para também estarem influenciadas por questões de natureza social que, no caso, circula no âmbito da condição civil dos indivíduos.

Por fim, realizando esse tipo de trabalho, a turma tem a oportunidade de observar que o fim do trabalho escravo não implicou necessariamente na conquista de relações de trabalho mais justas. Com este simples exemplo, é possível revelar que o problema da exploração da mão de obra se desdobrou sob várias formas ao longo da História do Brasil.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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Dia 24 de maio é o dia Nacional do Café. É um dia especial para lembrarmos da importância desse produto para a economia brasileira e os benefícios do café para a saúde humana.

O Brasil é o maior produtor mundial de café. Desde sua chegada ao país, em 1727, o café foi o maior gerador de riquezas e o produto mais importante da história nacional. Hoje, o café continua sendo um importante gerador de divisas (US$ 2 bilhões anuais, ou 26 milhões de sacas exportadas ao ano), contribuindo com mais de 2% do valor total das exportações brasileiras, e respondendo por mais de um terço da produção mundial. Um mercado ainda em franca expansão, cujo agronegócio gera, no mundo todo, recursos da ordem de 91 bilhões de dólares ao comercializar os 115 milhões de sacas que, em média, são produzidos. A atividade envolve, ainda, meio bilhão de pessoas da produção ao consumo final (8% da população mundial).

É nesse mercado gigantesco que estão centrados os interesses da cadeia produtiva do café brasileiro, que contribuiu com mais de 30% da produção mundial nas últimas safras, gerando mais de 8 milhões de empregos diretos e indiretos no país (é o setor do agronegócio brasileiro que mais emprega no Brasil). O aporte tecnológico para o agronegócio café brasileiro é dado por instituições de pesquisa e desenvolvimento que hoje estão reunidas no Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café - CBP&D/Café, coordenado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, por meio de uma de suas Unidades Descentralizadas, a Embrapa Café.

O Consórcio foi criado em 1997, por iniciativa de dez tradicionais instituições de pesquisa cafeeira: Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA,) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro - Rio), Secretaria de Apoio Rural e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA/SARC), Universidade Federal de Lavras (Ufla) e Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Hoje são mais de 40 instituições reunidas em um modelo pluralista, democraticamente participativo, com coordenação em nível nacional e execução descentralizada. Todo o trabalho de pesquisa é orientado para as necessidades dos clientes - cafeicultores, indústria, comércio, governo e consumidor final. Um esforço concentrado de pesquisa que vem ampliando a base da evolução do negócio café brasileiro.

O Consórcio é considerado o braço científico e tecnológico do Conselho Deliberativo da Política do Café - CDPC, um colegiado formado por todos os segmentos do agronegócio do café, que, com o Consórcio, discute e orienta a realização do Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Café - PNP&D Café. É responsável pela execução do maior programa mundial de desenvolvimento do café, que compreende centenas de ações de pesquisa e transferência de tecnologia, no qual encontram-se envolvidos 1.300 pesquisadores e extensionistas atuando em todos os segmentos da cadeia produtiva cafeeira.

Resultados de pesquisas

Entre as várias tecnologias desenvolvidas ou adaptadas para o agronegócio café brasileiro, algumas se destacam, como o desenvolvimento de cultivares melhoradas, cuja utilização pelos produtores brasileiros pode incrementar a produtividade média de café em mais de 20%, utilizando menos agrotóxicos e aumentando a rentabilidade do cafeicultor, contribuindo decisivamente para a sustentabilidade da cafeicultura brasileira.

As mais modernas pesquisas em biotecnologia realizadas pelos pesquisadores do CBP&D/Café possibilitaram a obtenção do primeiro sequenciamento mundial do genoma do cafeeiro. Cientistas integrantes do Projeto Genoma Café construíram um banco de dados com 200 mil seqüências de DNA, o que colocou o Brasil na liderança da pesquisa genética do cafeeiro.

Médicos e pesquisadores também estão estudando os efeitos do café na saúde humana. E muita coisa já foi revelada sobre esse produto já considerado pela comunidade científica como sendo um alimento nutracêutico e funcional, ou seja, que possui efeitos nutricionais e farmacêuticos.

Isso porque o café não é formado apenas por cafeína, mas por muitos outros componentes muito importantes para o nosso organismo, como sais minerais, açúcares, lipídios, aminoácidos e vitamina, além dos ácidos clorogênicos, que ajudam a prevenir a ocorrência de depressão, disfunções psíquicas e doença cardíaca, além de ajudar a combater o impulso de consumir tabaco, álcool e outras drogas ilegais.

Por causa da grande descoberta dos efeitos do café para a saúde humana, a Embrapa Café e a Fundação Zerbini (Incor), deverão assinar, em breve, um acordo que vai avaliar os benefícios do café para a prevenção e cura de doenças do coração. Este acordo irá resultar, também, na criação da Unidade de Pesquisa Café e Coração. Esta é a primeira vez no mundo que uma empresa de pesquisa agropecuária e um instituto de doenças cardiovasculares se unem para desenvolver pesquisas em parceria.

Por isso, nesse dia 24 de maio, Dia Nacional do Café vamos comemorar as conquistas dos cientistas, produtores, agroindustriais e todos os trabalhadores do agronegócio café brasileiro, que trouxeram conhecimento e divisas para o nosso país. E vamos comemorar fazendo um brinde com um bom cafezinho!

Mais informações Jurema Iara Campos (MTb 1.300/DF) Embrapa Café Contatos: (61) 448-4566 -

Qual foi a importância da economia cafeeira no processo de interiorização do Estado de São Paulo?

A produção cafeeira tornou-se o carro-chefe da economia nacional e impulsionou a estruturação econômica, política e social do estado de São Paulo, com o desenvolvimento da malha ferroviária, melhoramento de portos, configuração do comércio regional e proporcionando acúmulo de capitais.

Qual foi a importância da economia cafeeira?

Hoje, o café continua sendo um importante gerador de divisas (US$ 2 bilhões anuais, ou 26 milhões de sacas exportadas ao ano), contribuindo com mais de 2% do valor total das exportações brasileiras, e respondendo por mais de um terço da produção mundial.

Qual a importância da economia cafeeira e em que região estava concentrada nesse período?

(UNESP) A expansão da economia do café para o Oeste Paulista, na segunda metade do século XIX, e a grande imigração para a lavoura de café trouxeram modificações na história do Brasil, como: o fortalecimento da economia de subsistência e a manutenção da escravidão.

Como a economia cafeeira foi importante para a nossa industrialização?

A expansão da lavoura cafeeira demandou novas atividades econômicas que ao se desenvolverem deram início ao chamado complexo cafeeiro. O desenvolvimento de novas atividades financiadas pela renda gerada com a comercialização de café foi de fundamental importância para o desenvolvimento da indústria nacional.