Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. A Escola peripatética foi um círculo filosófico da Grécia Antiga que basicamente seguia os ensinamentos de Aristóteles, o fundador. Fundada em c. 336 a.C., quando Aristóteles abriu a primeira escola filosófica no Liceu, em Atenas, durou até o século IV. "Peripatético" (em grego clássico: περιπατητικός), é a palavra grega para 'ambulante' ou 'itinerante'. Peripatéticos (ou 'os que passeiam') eram discípulos de Aristóteles, em razão do hábito do filósofo de ensinar ao ar livre, caminhando enquanto lia e dava preleções, por sob os portais cobertos do Liceu, conhecidos como perípatos, ou sob as árvores que o cercavam. A escola sempre teve uma orientação empírica - em oposição à Academia platônica, muito mais especulativa. Tal característica se acentua quando Teofrasto assume a direção. O mais famoso membro da Escola peripatética depois de Aristóteles foi Estratão de Lâmpsaco, que incrementou os elementos naturais da filosofia de Aristóteles e adotou uma forma de deísmo. Outros membros destacados da escola Peripatética foram:
Doutrinas principais[editar | editar código-fonte]A visão filosófica de Aristóteles caracteriza-se pelo esforço em captar a realidade de modo unitário (contra o dualismo de Platão) e, ao mesmo tempo, pela tentativa de restituir as causas últimas de tudo aquilo que é mutável e contingente a um princípio único transcendente. Com tal propósito, Aristóteles postula quatro causas fundamentais: a matéria e a forma (para explicar a estrutura intrínseca das realidade corpóreas), o agente e a finalidade (para explicar a origem das coisas e seu dinamismo). Vale-se desses princípios para resolver todos os grande problemas: Problema cosmológico: composição hilemórfica de todas as coisas, ou seja, todas elas são constituídas de matéria e forma, as quais se encontram na relação de potência e ato; teologia: o dinamismo das coisas e o seu devir são provocados pelo primeiro Motor Imóvel, o que é seu fim último. Problema antropológico: o homem não é apenas alma, como afirmava Platão, mas é o resultado da união substancial de alma e corpo, a primeira concebida como forma e o segundo como matéria; entretanto, a alma compreende um elemento espiritual, divino e imortal. Ver também[editar | editar código-fonte]
Afresco “Escola de Atenas”. No recorte, Platão e Aristóteles. A escola peripatética (do gr. Peripatein: passear, caminhar) designa a escola e a filosofia de Aristóteles ensinada no Liceu (Lúkeion). A prática que se realizava entre o mestre e os alunos era a de passear a pé nos jardins, entre as árvores do Liceu enquanto as aulas eram ministradas. Daí o nome Perípato (Peripatos) para a escola, e peripatéticos (peripatoi) para os seus membros. Aristóteles (384-322 a.C.), os dezoito anos, em 367, foi para Atenas e ingressou na academia platônica, onde ficou por vinte anos, até à morte do Mestre. Nesse período estudou também os filósofos pré-platônicos, que lhe foram úteis na construção do seu próprio sistema. Em 343 foi convidado pelo Rei Filipe para a corte de Macedônia, como preceptor do Príncipe Alexandre, então jovem de treze anos. Aí ficou três anos, até à famosa expedição asiática, conseguindo um êxito na sua missão educativo-política, que Platão não conseguiu em Siracusa. De volta a Atenas, em 335, treze anos depois da morte de Platão, Aristóteles fundou, perto do templo de Apolo Lício, a sua escola. Deu o nome de Liceu, também chamada peripatética. Esta escola seria a grande rival e a verdadeira herdeira academia platônica. Ali o estagirita, Aristóteles, ensinou por 12 anos, até 323 a.C, quando se refugiu em Cálcis, devido à morte de Alexandre e a uma reação antimacedônica em Atenas. Ele morreu, um ano após sua fuga. No Perípato, sucedeu-lhe Teofrasto de Eresso (322-286 a.C.). O último mestre da escola peripatética teria sido Andrônico de Rodes por volta de 78 a.C. Segundo Herbert Wells (1972, p. 522), “50 anos depois da morte de Aristóteles o Liceu já era uma sombra”. A escola aristotélica adquiriu bem menos repercussão que a Academia de Platão. 652 Visualizações 2 Total References:ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria helena Pires. Filosofando. 4° Ed. São Paulo: Moderna, 2009. JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de Filosofia. 3ºed. Rio de janeiro: Jorge Zahar Ed., 1996. WERMANN, José Alfeu e MACHADO, Fabrício Fonseca. Uma aproximação entre a academia de Platão, O liceu de Aristóteles e as universidades. 2016. http://www.theoria.com.br/edicao19/01012016RT.pdf. Acesso em: 09/04/2019. WELLS, Herbert George. História Universal: Volume 2º. Tradução de Anísio Teixeira. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972. 09-04-2019 Graduação e licenciatura em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, especialista em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília, mestre em Filosofia-Estética pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Autora do livro "Ressentir ou Afirmar? Perspectivas nietzscheanas sobre a dor". Paralela a função de docente também realiza outras funções. Produção de artigos sobre diversos assuntos ligados à Filosofia: https://medium.com/@betafilosofia - Canal sobre História da Filosofia e questões existenciais: https://www.youtube.com/user/betafilosofia - Canal no youtube sobre Filosofia e atualidades: www.youtube.com/soprodeatena Contributors: |