É uma característica da quarta revolução industrial?

Na Quarta Revolução Industrial o uso da informação, do conhecimento e da tecnologia tem provocado profundas transformação no modo como produzimos e consumimos bens e serviços

Publicado em: 24 de jul. de 2021
Atualizado em: 24 de set. de 2022

É uma característica da quarta revolução industrial?

As Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) têm ganhado grande atenção pois são tratadas como responsáveis pela chamada Quarta Revolução Industrial. Vamos relembrar quais foram as três primeiras revoluções industriais:

A Primeira Revolução Industrial foi marcada pela transição da produção manual para a produção mecanizada, possibilitada principalmente pela tecnologia dos motores a vapor. Seu centro geográfico foi a Inglaterra e ocorreu entre os anos de 1760 e 1840.

A Segunda Revolulção Industrial foi caracterizada pela substituição das máquinas a vapor e motores de combustão para a tecnologia da eletricidade. Seu centro geográfico os Estados Unidos e ocorreu por volta dos anos 1850 a 1945 (fim da segunda guerra mundial).

A Terceira Revolução Industrial foi determinada pelo avanço da tecnologia dos computadores, da eletrônica e das telecomunicações. Seu centro geográfico foi principalmente o Japão, mas também teve influências de outros lugares do mundo, como Estados Unidos, Europa e União Soviética/Rússia, principalmente devido à corrida tecnológica e espacial da Guerra Fria. Ocorreu a partir do fim da segunda guerra mundial até o final do Século XX.

A primeira revolução industrial ocorreu aproximadamente entre 1760 e 1840. Provocada pela construção das ferrovias e pela invenção da máquina a vapor, ela deu início à produção mecânica. A segunda revolução industrial, iniciada no final do século XIX, entrou no século XX e, pelo advento da eletricidade e da linha de montagem, possibilitou a produção em massa. A terceira revolução industrial começou na década de 1960. Ela costuma ser chamada de revolução digital ou do computador, pois foi impulsionada pelo desenvolvimento dos semicondutores, da computação em mainframe (década de 1960), da computação pessoal (década de 1970) e da internet (década de 1990). (SCHWAB, 2016, pp. 15-16)

O que é a Quarta Revolução Industrial?

A Quarta Revolução Industrial é um fenômeno marcante desse começo do Século XXI. Nela o uso da informação, do conhecimento e da tecnologia tem provocado profundas transformação no modo como produzimos e consumimos bens e serviços.

Uma das características desse momento a substituição de vários modelos de negócios por softwares amplamente distribuídos, com funcionalidades sociais, acessados por meio de dispositivos móveis.

Esse tipo de solução tem mudado, por exemplo, o modo como consumimos bens culturais (Netflix, Spotify, YouTube, Amazon Prime...), o modo como nos transportamos (Uber, 99, Cabify...), como usamos serviços financeiros (bancos digitais e corretoras online) e o modo como nos hospedamos em caso de viagens (Airbnb).

Outra característica dessa revolução é o uso da Inteligência Artificial. Alguns serviços profissionais como a escolha de pauta por editores de jornais, formulação de pareceres jurídicos padronizados por advogados e o diagnóstico e recomendação de tratamento para doenças amplamente conhecidas por parte dos médicos, já têm sido realizado por computadores dotados de inteligência artificial e tudo indica que em pouco tempo várias outras atividades serão impactadas por essa tecnologia.

Também não podemos esquecer da robótica, biotecnologia, carros elétricos e autônomos, casas inteligentes, impressoras 3D, internet das coisas e muitas outras inovações que unem tecnologia e informação e que estão impulsionando essas transformações.

Todas essas transformações irão afetar cada vez mais a atividade dos gestores, que precisarão desenvolver suas habilidades e competências também no campo da tecnologia para manter suas empresas atualizadas competitivas.

A principal característica da Quarta Revolução Industrial é a forte relação entre a tecnologia e a informação. Por isso qualquer profissional deve conhecer bem essa relação.

Referências

SCHWAB, Klaus. A quarta revolução industrial. São Paulo: Edipro, 2016.

  • Valeria Perasso
  • Da BBC

22 outubro 2016

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Os sistemas ciberfísicos capazes de se comunicar entre si e com os humanos estão no centro da revolução em ascensão.

No final do século 17 foi a máquina a vapor. Desta vez, serão os robôs integrados em sistemas ciberfísicos os responsáveis por uma transformação radical. E os economistas têm um nome para isso: a quarta revolução industrial, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas.

Eles antecipam que a revolução mudará o mundo como o conhecemos. Soa muito radical? É que, se cumpridas as previsões, assim será. E já está acontecendo, dizem, em larga escala e a toda velocidade.

"Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes", diz Klaus Schwab, autor do livro A Quarta Revolução Industrial, publicado este ano.

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A industrialização mudará de uma maneira radical e, com ela, o universo do emprego

Os "novos poderes" da transformação virão da engenharia genética e das neurotecnologias, duas áreas que parecem misteriosas e distantes para o cidadão comum.

No entanto, as repercussões impactarão em como somos e como nos relacionamos até nos lugares mais distantes do planeta: a revolução afetará o mercado de trabalho, o futuro do trabalho e a desigualdade de renda. Suas consequências impactarão a segurança geopolítica e o que é considerado ético.

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Então de que se trata essa mudança e por que há quem acredite que se trata de uma revolução?

O importante, destacam os teóricos da ideia, é que não se trata de um desdobramento, mas do encontro desses desdobramentos. Nesse sentido, representa uma mudança de paradigma e não mais uma etapa do desenvolvimento tecnológico.

"A quarta revolução industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas, mas a transição em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução digital (anterior)", diz Schwab, diretor executivo do Fórum Econômico Mundial e um dos principais entusiastas da "revolução".

"Há três razões pelas quais as transformações atuais não representam uma extensão da terceira revolução industrial, mas a chegada de uma diferente: a velocidade, o alcance e o impacto nos sistemas. A velocidade dos avanços atuais não tem precedentes na história e está interferindo quase todas as indústrias de todos os países", diz o Fórum.

Também chamada de 4.0, a revolução acontece após três processos históricos transformadores. A primeira marcou o ritmo da produção manual à mecanizada, entre 1760 e 1830. A segunda, por volta de 1850, trouxe a eletricidade e permitiu a manufatura em massa. E a terceira aconteceu em meados do século 20, com a chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações.

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A primeira revolução industrial deu origem à produção mecanizada graças a novidades como o motor a vapor

Agora, a quarta mudança traz consigo uma tendência à automatização total das fábricas - seu nome vem, na verdade, de um projeto de estratégia de alta tecnologia do governo da Alemanha, trabalhado desde 2013 para levar sua produção a uma total independência da obra humana.

A automatização acontece através de sistemas ciberfísicos, que foram possíveis graças à internet das coisas e à computação na nuvem.

Os sistemas ciberfísicos, que combinam máquinas com processos digitais, são capazes de tomar decisões descentralizadas e de cooperar - entre eles e com humanos - mediante a internet das coisas.

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O que acontecerá com o emprego?

O que vem por aí, dizem os teóricos, é uma "fábrica inteligente". Verdadeiramente inteligente. O princípio básico é que as empresas poderão criar redes inteligentes que poderão controlar a si mesmas.

Os números econômicos são impactantes: segundo calculou a consultora Accenture em 2015, uma versão em escala industrial dessa revolução poderia agregar 14,2 bilhões de dólares à economia mundial nos próximos 15 anos.

No Fórum Mundial de Davos, em janeiro deste ano, houve uma antecipação do que os acadêmicos mais entusiastas têm na cabeça quando falam de Revolução 4.0: nanotecnologias, neurotecnologias, robôs, inteligência artificial, biotecnologia, sistemas de armazenamento de energia, drones e impressoras 3D.

Mas esses também serão os causadores da parte mais controversa da quarta revolução: ela pode acabar com cinco milhões de vagas de trabalho nos 15 países mais industrializados do mundo.

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No Fórum Mundial de Davos, em janeiro passado, a quarta revolução industrial foi a estrela do debate

Revolução para quem?

Os países mais desenvolvidos adotarão as mudanças com mais rapidez, mas os especialistas destacam que as economias emergentes são as que mais podem se beneficiar.

A quarta revolução tem o potencial de elevar os níveis globais de rendimento e melhorar a qualidade de vida de populações inteiras, diz Schwab. São as mesmas populações que se beneficiaram com a chegada do mundo digital - e a possibilidade de fazer pagamentos, escutar e pedir um táxi a partir de um celular antigo e barato.

Obviamente, o processo de transformação só beneficiará quem for capaz de inovar e se adaptar.

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Um esquema da internet das coisas (IoT, em inglês) sobre a qual essa transformação se apoia

"O futuro do emprego será feito por vagas que não existem, em indústrias que usam tecnologias novas, em condições planetárias que nenhum ser humano já experimentou", diz David Ritter, CEO do Greenpeace Austrália/Pacífico em uma coluna sobre a quarta revolução industrial para o jornal britânico The Guardian.

E os empresários parecem entusiasmados - mais que intimidados - pela magnitude do desafio, uma pesquisa aponta que 70% têm expectativas positivas sobre a quarta revolução industrial.

Ao menos esse é o resultado do último Barômetro Global de Inovação, uma pesquisa que compila opiniões de mais de 4.000 líderes e pessoas interessadas nas transformações em 23 países.

Ainda assim, a distribuição regional é desigual e os mercados emergentes da Ásia são os que estão adotando as transformações de uma forma mais intensa que os de economias mais desenvolvidas.

"Ser disruptivo é o padrão modelo para executivos e cidadãos, mas continua sendo um objetivo complicado de se colocar em prática", reconhece o estudo.

Os perigos do cibermodelo

Nem todos veem o futuro com otimismo: as pesquisas refletem as preocupações de empresários com o "darwinismo tecnológico", onde aqueles que não se adaptam não conseguirão sobreviver.

E se isso acontece a toda velocidade, como dizem os entusiastas da quarta revolução, o efeito pode ser mais devastador que aquele gerado pela terceira revolução.

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A revolução terá que criar uma nova relação entre pessoas e robôs. No entanto, por trás disso há dilemas éticos e sociais a resolver, dizem os críticos.

"No jogo do desenvolvimento tecnológico, sempre há perdedores. E uma das formas de desigualdade que mais me preocupa é a dos valores. Há um risco real de que a elite tecnocrática veja todos as mudanças que vêm como uma justificativa de seus valores", disse à BBC Elizabeth Garbee, pesquisadora da Escola para o Futuro da Inovação na Sociedade da Universidade Estatal do Arizona (ASU).

"Esse tipo de ideologia limita muito as perspectivas que são trazidas à mesa na hora de tomar decisões (políticas), o que por sua vez aumenta a desigualdade que vemos no mundo hoje", diz.

"Considerando que manter o status quo não é uma opção, precisamos de um debate fundamental sobre a forma e os objetivos desta nova economia", diz Ritter, que considera que deve haver um "debate democrático" em relação às mudanças tecnológicas.

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Os mercados emergentes da Ásia estão na vanguarda da quarta revolução, dizem os especialistas

Por um lado, há quem desconfie de que se trata de uma quarta revolução: é certo que as mudanças são muitas e profundas, mas o conceito foi usado pela primeira vez em 1940 em um documento de uma revista de Harvard intitulado A Última Oportunidade dos Estados Unidos, que trazia um futuro sombrio para avanço da tecnologia e seu uso representa uma "preguiça intelectual", diz Garbee.

Outros, mais pragmáticos, alertam que a quarta revolução só aumentará a desigualdade na distribuição de renda e trará consigo todo tipo de dilemas de segurança geopolítica.

O mesmo Fórum Econômico Mundial reconhece que "os benefícios da abertura estão em risco" por causa de medidas protecionistas, especialmente barreiras não tarifárias do comércio mundial que foram exacerbadas desde a crise financeira de 2007: um desafio que a quarta revolução deverá enfrentar se quiser entregar o que promete.

"O entusiasmo não é infundado, essas tecnologias representam avanços assombrosos. Mas o entusiasmo não é desculpa para a ingenuidade e a história está infestada de exemplos de como a tecnologia passa por cima dos marcos sociais, éticos e políticos que precisamos para fazer bom uso dela", diz Garbee.

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Angela Merkel em uma fábrica de robôs: para a Alemanha, a revolução 4.0 é uma prioridade

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Quais são as principais características da Quarta Revolução Industrial Brainly?

Resposta: Inteligência artificial, robótica e máquinas fazendo máquinas: embora pareçam temas de filmes de ficção científica, essas são só algumas das características da indústria 4.0. A quarta Revolução Industrial está acontecendo e vai exigir das fábricas um amplo passo no caminho da inovação.

O que marcou a Quarta Revolução Industrial?

A Quarta Revolução Industrial, apelidada de Indústria 4.0, surgiu em meados de 2010 originária de um projeto na estratégia de alta tecnologia do governo alemão, que visava promover a digitalização da manufatura para estabelecer a Alemanha como um mercado líder e fornecedor de soluções avançadas.