Qual é o papel da Educação Infantil na sociedade?

Nos primeiros anos de vida de uma criança, o ambiente familiar é a primeira fonte de aprendizado e desenvolvimento de suas habilidades motoras, cognitivas e sensoriais, ele precisa ser acolhedor, harmonioso e rico em experiências para que a criança possa se desenvolver, movimentar-se, comer, relacionar-se e até mesmo dormir, dentro da sua primeira noção de mundo.

Todo esse processo pode ser desenvolvido também em parceria com a escola. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a escola, direcionada à primeira infância, não é um espaço exclusivo para brincadeiras ou, ainda, um depósito de alunos. O ambiente escolar é um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento cognitivo e afetivo das crianças. Muitos pais ficam na dúvida sobre qual seria o momento ideal para matricular seus filhos na escola, por isso é importante ressaltar que experiências, na fase inicial de suas vidas, influenciam, diretamente, no seu desenvolvimento futuro.

É na escola, que parte do seu intelecto começa a avançar, a criança aprende a se posicionar diante das várias situações que convive (escola, família, sociedade), a desenvolver um raciocínio, além de perceber melhor o ambiente cultural e social onde se situa. Utilizando estratégias pedagógicas, o professor potencializa o aprendizado do aluno e aprimora com olhar atento seu desenvolvimento, uma vez que compreende, domina e aplica seus saberes. Os professores e cuidadores são parte fundamental, pois conduzem as crianças, permitindo que elas sejam olhadas como um ser único, respeitando o seu tempo, necessidades e limites.

A Educação infantil normalmente se divide entre as turmas e suas idades, desde a creche até a pré-escola, sendo que o ensino obrigatório se dá a partir dos 6 anos de idade da criança. Essa etapa inicial, funciona como uma base para as demais etapas da educação formal, e o correto aproveitamento desta etapa permite que os pequenos cresçam com mais autonomia e tenham mais sucesso em sua vida escolar e individual, pois terão a possibilidade de desde cedo conviver com outras crianças e adultos, se envolver diferentes linguagens, ampliar o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.

Mas é claro que todo esse aprendizado se dá no convívio e no brincar. É através da ludicidade e das brincadeiras que a criança despertará interesse pela aprendizagem. São nos diferentes espaços e tempos, que as crianças ampliam seu acesso a produções culturais, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. Há o enfoque nas habilidades que contemplam os campos de experiências: O eu, o outro e nós, Corpo, gestos e movimentos, Traços, sons, cores e formas, assim proporcionando para os pequenos a descoberta do mundo de uma forma suave e feliz.

Desde o nascimento, as crianças observam e examinam ao seu redor, buscando informações sobre o mundo por meio dos sentidos. De início, sua compreensão do mundo físico está limitada ao seu campo perceptual: as coisas que elas não percebem não existem, e as que elas percebem, muitas vezes, parecem inexplicáveis. Por isso, elas obtêm sentido do mundo pelo movimento e pelas sensações. Principalmente, porque têm uma curiosidade impressionante, que as impele à ação – tocar, provar, pensar, misturar, derramar. É assim que surge o conhecimento da criança em relação à natureza e à sociedade.

As experiências da criança a torna capaz de perceber e entender o mundo social e natural

Na Educação Infantil, o trabalho com o eixo: Natureza e Sociedade deve propiciar experiências que possibilitem uma aproximação ao conhecimento das diversas formas de representação e explicação do mundo social e natural, para que as crianças possam estabelecer progressivamente a diferenciação que existe entre as explicações do senso comum e do conhecimento científico.

 Por meio de perguntas, o professor estimula a criança a explorar o mundo ao seu redor, a explorar a natureza.

Todas as atividades sugeridas em sala de aula centram-se em torno de uma pergunta, a qual deve pretender despertar a curiosidade, proporcionando à criança coragem para explorar o mundo ao seu redor, de maneira diferente.

Ao ser estimulada pelas perguntas, a criança percebe a sua capacidade de pensar e experimentar

Ao fazer perguntas, o professor transmite à criança que aprender não é a capacidade de dar respostas decoradas, mas um processo de pensar e experimentar. A criança é ativa, em vez de passiva; criativa, em vez de imitativa.

O professor deve ajudar a criança a observar, explorar, experimentar, analisar, pesquisar e examinar

Para enfatizar as atividades, o professor poderá fazer perguntas às crianças como: digam algumas coisas sobre as quais vocês querem saber mais? Afirmando que quando elas querem descobrir mais sobre alguma coisa, o que elas fazem? Faça com que as crianças listem os termos que descrevem melhor o que um cientista faz quando quer descobrir algo novo. O professor deve ajudar as crianças a entender termos como: observar, explorar, experimentar, analisar, pesquisar e examinar.

Para que as atividades em sala de aula sejam estimulantes, o professor poderá levar as crianças a um laboratório, ou ainda convidar um cientista

Para enriquecer a atividade, o professor poderá levar as crianças a um laboratório ou convidar um cientista – pesquisador, Mestre ou Doutor, para ir à escola demonstrar fotos, filmes, slides, equipamentos de laboratório ou experimento. A visita dá às crianças a oportunidade de conhecer um cientista profissional e verem por si mesmas o que essas pessoas fazem no mundo real.

Os conteúdos devem ser trabalhados de maneira integrada, evitando fragmentar a vivência da criança

Os conteúdos de ciências para crianças de 4 a 6 anos é mais aprofundado, podendo ser trabalhado: organização dos grupos e seu modo de ser viver e trabalhar; os lugares e suas paisagens; objetos e processos de transformação; os seres vivos e os fenômenos da natureza. Os conteúdos sempre que possível devem ser trabalhados de maneira integrada, evitando fragmentar a vivência da criança.

Atividades simples também promovem o conhecimento da criança por meio da experiência

No trabalho com insetos, a criança observa, classifica e registra o acontecimento por meio da experiência. Já na atividade na caixa de areia, a maioria das crianças demonstra muito prazer em brincar com estes elementos, que devem ser providos de equipamentos de medir, de derramar de um recipiente em outro, de peneirar e de construir bolinhos de areia molhada.

O elemento mais importante da aprendizagem da natureza é a capacidade de a criança gerar o raciocínio e usá-lo para desenvolver um conjunto de categorias.

O elemento mais importante da aprendizagem da natureza é a capacidade de a criança gerar o raciocínio e usá-lo para desenvolver um conjunto de categorias

O elemento mais importante da aprendizagem de ciências e conhecimento físico não é necessariamente o produto das investigações científicas, as conclusões a que as crianças chegam ou os tipos de categorias que elas desenvolvem, mas os processos pelos quais elas geram estas conclusões e os raciocínios e métodos que usam para desenvolver um conjunto de categorias.

O professor pode desenvolver algumas atividades com obras da literatura infantil, músicas, vídeos, além, é claro, da exploração do ambiente

Em todo o momento das atividades de ciências e conhecimentos físicos, as crianças devem ter experiências diretas com elementos do mundo, objetivando desenvolver a capacidade das crianças de observar a natureza e de expressar suas concepções e registrá-las. Podem ser desenvolvidas algumas atividades com obras da literatura infantil, músicas, vídeos, além, é claro, da exploração do ambiente, como um aquário dentro da sala, uma coleção de pedrinhas, passeios e excursões.

Por Andréa Oliveira.

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