Quem inventou os pontos cardeais

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Os pontos cardeais são denominados como os quatro sentidos principais para indicar direção a partir da posição do Sol. Esse termo é utilizado por serem as principais referências de orientação. O nome cardeal, vem do latim cardinalis que significa principal ou essencial.

A necessidade de se localizar

Desde os primórdios da humanidade até os dias atuais, o ato de se localizar e orientar no espaço geográfico consiste em uma necessidade para o homem. Durante a existência humana, houve vários modos de se situar, seja pela utilização da posição de astros e estrelas, da bússola até as avançadas tecnologias de orientação como o GPS (Sistema de Posicionamento Global), os satélites, entre outros.

Esses diferentes sistemas possibilitaram ao homem um maior domínio do meio de onde vive, em que suas técnicas de localização permitiram o descobrimento e a navegação visando o descobrimento de novos territórios, a implantação de rotas comerciais, as estratégias de guerras, entre outras situações.

A influência do Sol nos pontos cardeais

Os pontos cardeais são utilizados como um recurso de orientação e localização na Cartografia e estão vinculados com a trajetória diária aparente do Sol no céu, que varia de acordo com a latitude geográfica que determina as movimentos solares no horizonte.

Por conta da influência do Sol, os pontos cardeais são baseados na posição que o astro nasce e se põe. Os quatro pontos são: Norte (N), chamado de setentrional ou boreal; Sul (S), também chamado de meridional ou de austral; Oeste (O ou W -sigla oriunda do inglês – west-), nomeado igualmente de ocidente; e, por fim Leste (E – east ou L), denominado de oriente.

A aplicação dos pontos cardeais

Em muitas regionalizações, seja de municípios, estados e países, a localização cardeal de um determinado ponto é um dos critérios utilizados para inseri-lo em uma determinada região. Por exemplo, a regionalização do Brasil do IBGE emprega alguns pontos cardeais para nomear algumas regiões, como a região Sul e a região Norte.

Apesar de ter outros critérios de divisão como os aspectos históricos, econômicos e culturais, o fator locacional ainda se constitui como relevante para a regionalização de um determinado espaço geográfico.

Pontos cardeais e suas subdivisões

Ptolomeu (87-50 a.C.) foi um cientista grego que teve significativa colaboração na elaboração e projeção de mapas. Em uma de suas formulações cartográficas, o cientista sentiu a necessidade de criar pontos intermediários de direção para auxiliar na localização e orientação das pessoas. Para isso, ele criou os pontos colaterais.

Os pontos cardeais apesar de significativos, não dão uma precisão milimétrica na localização de zonas que se encontram no meio de suas posições. Para isso, são utilizados na orientação os pontos colaterais, também chamados de pontos intermediários que são: Sudeste (situado entre sul e leste – sigla SE), Nordeste (localizado entre Norte e Leste – NE), Noroeste (entre Norte e Oeste – NO) e Sudoeste (entre Sul e Oeste – SO).

Na época das grandes navegações, países europeus necessitavam de mapas e cartas náuticas mais detalhadas para a definição de suas rotas. Nesse contexto, foram criados os pontos subcolaterais que oferecem uma forma mais detalhada de orientação originada entre a localização dos pontos cardeais e colaterais, adicionando mais oito pontos de orientação. São eles: Norte-Nordeste (sigla NNE), Norte-Noroeste (NNO), Este-Nordeste (ENE), Este-Sudeste (ESE), Sul-Sudeste (SSE), Sul-Sudoeste (SSO), Oeste-Sudoeste (OSO) e Oeste-Noroeste (ONO).

A Rosa dos ventos

Quem inventou os pontos cardeais

Rosa dos ventos, com todos os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais. Ilustração: art-sonik / Shutterstock.com (adaptado)

A Rosa dos ventos ou rosa náutica é uma representação dos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais que geralmente aparece em bússolas, em mapas, plantas, croquis, e em espaços públicos para orientação dos pedestres.

Sua utilização é muito comum em todos os sistemas de navegação antigos e atuais. Seu desenho é caracterizado em forma de estrela e sua origem teve relação com a direção dos ventos, em que as pontas apontavam para a direção onde o vento era predominante.

Referências bibliográficas:

FRANCISCHETT, Mafalda Nesi. A cartografia no Ensino da Geografia: abordagens para o entendimento da representação. Cascavel: EDUNIOESTE, 2010.

SOBREIRA, Paulo Henrique Azevedo. Astronomia no Ensino de Geografia. Dissertação (Mestrado), Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002, 276p.

Os pontos cardeais são um dos elementos utilizados para orientação e localização na Cartografia, sendo que o padrão mais comumente utilizado é a Rosa dos Ventos, com uma seta apontando para o Norte do espaço representado. Conhecer os pontos cardeais é importante principalmente para saber efetuar a leitura de um mapa, seja para se localizar ou para compreender a organização do espaço geográfico.

Quais são os principais elementos de um mapa?

Os mapas são importantes recursos utilizados na Geografia, isso porque possuem o poder de comunicar uma dada mensagem. Assim, os mapas não servem apenas para localização no espaço, mas oferecem importantes elementos para compreensão das formas pelas quais o espaço geográfico é organizado. Deste modo, os mapas possuem alguns elementos essenciais e que possibilitam sua leitura por parte dos interessados, conforme demonstrado na imagem abaixo:

Quem inventou os pontos cardeais

Esses elementos servem para auxiliar o leitor de mapas a compreensão da mensagem (Imagem: Reprodução)

Os elementos mais importantes que devem constar em um mapa são:

  • Título: equivale ao que o mapa retrata.
  • Símbolos: convenções cartográficas (bola preta, bola maior ou menos, triângulo verde, etc.).
  • Legenda: onde são explicados os significados dos símbolos utilizados no mapa.
  • Indicador de direção: rosa dos ventos ou algo similar.
  • Indicador de linhas: paralelos (Equador, Trópico de Câncer, Trópico de Capricórnio) e meridianos (Greenwich).

Os elementos citados servem para auxiliar o leitor de mapas a compreensão da mensagem que o mapa, enquanto linguagem, pretende transmitir. Cabe ressaltar que estes elementos, assim como os pontos cardeais, são criações humanas para facilitar a linguagem cartográfica. Ou seja, os pontos cardeais não são algo naturalizado, mas sim uma criação dos homens com uma finalidade bem específica. 

O que são os pontos cardeais?

Os pontos cardeais são os indicadores de direção utilizados nos produtos cartográficos, ou seja, são eles que ajudam na orientação em relação ao espaço. Geralmente o ponto cardeal que oferece o recurso de localização é o Norte, comumente apontado para “cima” nos mapas.

Saiba mais: O globo terrestre é um ímã; entenda

Apesar desse padrão de se colocar o Norte voltado para “cima”, essa não é uma regra geral na Cartografia, de modo que justamente para isso serve a Rosa dos Ventos, sendo que o Norte pode ser colocado em qualquer direção, mesmo para baixo, deste que esteja efetivamente mostrando qual a direção Norte no terreno.

A melhor posição para visualização de um mapa é olhando-o de cima para baixo, já que as representações são feitas dessa forma, observando o espaço com uma visão vertical, já que os mapas são representações no plano de um objeto esférico.

Definição dos pontos cardeais

A definição sobre os pontos cardeais surgiu a partir da própria observação do meio ambiente por parte dos homens. Todas as manhãs, observava-se que o Sol “nascia” aproximadamente no mesmo ponto no horizonte, variando um pouco em relação ao período do ano. Do mesmo modo, percebeu-se que o Sol “desaparecia” do lado oposto ao qual havia surgido pela manhã. A partir disso, foram estabelecidos dois pontos principais de referência para orientação espacial.

Tomando-se estes dois pontos, foram traçados outros dois, compondo os quatro pontos cardeais. Sendo que para uma localização mais precisa, foram ainda estabelecidos os pontos colaterais e subcolaterais, oferecendo ainda mais exatidão em relação aos pontos no espaço.

Necessária para se posicionar o mapa, a orientação é explicitada por uma seta com a indicação de uma das direções da rosa-dos-ventos, normalmente a direção do Norte. É comum ainda que ele seja colocado na parte inferior do mapa, apontando para a parte superior do mesmo. Mas isso não é uma regra, porque o indicador pode ser colocado em qualquer ponto do mapa. Comumente os mapas apresentam a Rosa dos Ventos em sua forma tradicional, mas podem apresentar simplesmente uma seta indicando o Norte. 

Quais são os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais?

Diante da necessidade humana de localização e orientação no espaço, foram criados pontos de referência a partir da observação da movimentação dos astros em relação à Terra, sendo eles:

  • Quatro pontos cardeais principais (Norte, Sul, Leste e Oeste).
  • Quatro pontos colaterais (Nordeste, Sudeste, Noroeste e Sudoeste).
  • Oito pontos subcolaterais (Norte-nordeste, Leste-nordeste, Leste-sudeste, Sul-sudeste, Sul-sudoeste, Oeste-sudoeste, Oeste-noroeste e Norte-noroeste).

Quem inventou os pontos cardeais

A rosa-dos-ventos normalmente aponta para a direção do Norte, mas isso não é regra (Foto: depositphotos)

Os pontos cardeais são os indicadores mais importantes e mais comumente utilizados nos recursos cartográficos, sendo que a ampla maioria dos mapas carrega apenas os quatro pontos principais, sendo os demais dedutíveis.

Foi convencionado que o ponto do “nascimento do Sol” seria definido como Leste para orientação no espaço, enquanto o ponto oposto seria denominado de Oeste. Assim, para localização espacial utiliza-se uma técnica relativamente simples, embora não muito precisa por conta das variações anuais quanto ao posicionamento do Sol em relação à Terra.

Sol nasce a Leste

Para se localizar no espaço, aponta-se o braço direito para o ponto onde o Sol “nasce”, sendo este o Leste, então aponta-se o braço esquerdo em sentido contrário, tendo-se o Oeste.

Saiba mais: Localização de pontos

O Sul sempre estará atrás do observador, e o Norte sempre estará a sua frente. No entanto, essa técnica serve apenas no terreno, sendo que nos mapas é necessária uma indicação para que o leitor consiga definir a orientação cartográfica. Há contradições entre os autores quanto a obrigatoriedade de indicar a direção em todos os mapas.

Ou se seria necessário apenas naqueles em que o Norte não se encontra no topo do mapa. Portanto, quando um determinado mapa não apresenta indicadores de direção, entende-se que o lado superior deste seja o Norte no espaço geográfico.

Quem inventou os pontos cardeais

O Oeste se opõe ao Leste, e o Norte se opõe ao Sul (Imagem: Reprodução)

Norte magnético e Norte verdadeiro

Os indicadores de direção são criações humanas, sendo que não representam fielmente a complexidade do planeta Terra. Existem algumas contradições quanto ao local preciso dos pontos cardeais, cabendo assim uma diferenciação entre o Norte magnético e o Norte verdadeiro. O norte magnético é a direção indicada pela agulha de uma bússola, admitindo que não haja fontes locais de perturbação. Normalmente essa extremidade da agulha é pintada de vermelho ou com tinta fosforescente.

O desvio pode ser positivo (Leste) ou negativo (Oeste). O norte verdadeiro, ou norte geográfico, é a direção do horizonte no ponto baixado na vertical, do polo celeste norte para a superfície terrestre. Relaciona-se com o posicionamento e orientação do observador.

Quem inventou os pontos cardeais

O norte magnético é a direção indicada pela agulha de uma bússola (Imagem: Reprodução/Poseidon)

Referências

» FITZ, Paulo Roberto. Cartografia Básica. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.

» FRANCISCHETT, Mafalda Nesi. A cartografia no Ensino da Geografia: abordagens para o entendimento da representação. Cascavel: EDUNIOESTE, 2010.

» MENEZES, P. M. L.; FERNANDES, M. C. Roteiro de Cartografia. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.

» VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. Vol. Único. São Paulo: Ática, 2011.