Qual a importância dos mapas durante o período das Grandes Navegações?

A cartografia é o estudo que trata da representação da Terra ou parte dela através de mapas, cartas e outros tipos de documentações. Os primeiros mapas foram traçados no século VI a.C. pelos gregos, que, em função de suas expedições militares e de navegação, criaram o principal centro de conhecimento geográfico do mundo ocidental. O primeiro atlas da história moderna surgiu no século XVI, em 1570.

A palavra cartografia foi introduzida pelo historiador português ManuelFrancisco Carvalhosa, 2º Visconde de Santarém, numa carta datada de 8 de dezembro de 1839 e endereçada ao historiador brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen.

No programa História, a jornalista Mônica Teixeira recebe Paulo Miceli, do Departamento de História Moderna da Universidade de Estadual de Campinas. O professor fala sobre a história da cartografia e da importância que os mapas têm para a humanidade. Segundo Miceli, o mapa traz informações de aspectos culturais, estratégicos, bélicos e religiosos.

“Antes da invenção da escrita, a humanidade desenhou mapas nas paredes das cavernas, por meio de pinturas rupestres feitas com a intenção de representar o caminho dos locais onde havia caça”, afirma o historiador. O mapa é uma das maneiras que o homem encontrou para se localizar no espaço.

Um mapa é o plano onde se descrevem os fenômenos naturais e da humanidade. Esses fenômenos são representados por sinais específicos, de acordo com os princípios da cartografia, que é a ciência de compor cartas geográficas ou mapas.

Os mapas modernos são diretos, sintéticos e precisos. Por meio deles, pode-se ter uma imagem geral de uma configuração geográfica, com dados matemáticos.

A origem do mapa remonta a aproximadamente 4.500 anos. Antes de saber escrever, o homem já fazia desenhos para representar o espaço em que vivia.

Os desenhos traçados em diferentes materiais sobre fenômenos ambientais são registros de primordial importância para a humanidade. Os materiais utilizados na concepção dos mapas eram a cerâmica, o papel, o bronze, as cascas de coco, a pedra, a pele dos animais etc.

O mapa mais antigo

O mapa mais antigo que se conhece foi feito pelos babilônios em um pedaço de cerâmica, entre os séculos 25 e 23 a.C. Trata-se de uma placa de barro cozido, de apenas sete centímetros, representando o vale de um rio, provavelmente o Eufrates, cercado por montanhas, indicadas em forma de escamas.

A placa, que cabe na palma da mão, foi descoberta nas escavações das ruínas da cidade de Ga-Sur, próxima à antiga Babilônia, em território que hoje pertence ao Iraque. Esse é o mapa mais antigo já encontrado, mas isso não impede que outros possam ter sido feitos em data anterior.

As primeiras representações mostravam paisagens conhecidas pelos habitantes locais, assim como trilhas e localizações das vilas mais próximas. Entre os egípcios também foram encontrados alguns desenhos de mapas pintados em tumbas.

Até então, o desenho de mapas pelos povos antigos tinha uma função principalmente prática: marcar fronteiras, indicar as terras férteis, a localização de água e as rotas de comércio. Foi entre os gregos que se iniciou a tentativa de descrever, em uma representação, a Terra como um todo. Por volta de 500 a.C., Hecateu de Mileto produziu o que é considerado o primeiro livro sobre geografia. Nele, há uma representação da Terra como um disco, com a Grécia no centro.

Ptolomeu

O maior legado à posteridade veio, porém, com o geógrafo Claudius Ptolomeu (90-168 d.C.), que escreveu um tratado em oito volumes, com uma coleção de 27 mapas, intitulado "Geografia". Um desses mapas representava o mundo conhecido na época, com forma esférica, o mais próximo dos mapas atuais.

Os outros 26 detalhavam diferentes regiões. Assim, Ptolomeu foi o autor do primeiro Atlas universal. Depois da Idade Média, os mapas se aperfeiçoaram e, com as descobertas feitas pelas grandes navegações, passaram a ter outros continentes integrados à representação.

Desde então, os meios de representação do espaço foram aperfeiçoados e a confecção de mapas teve grande evolução. Entre os povos antigos, os gregos foram os que mais se destacaram na cartografia.

Durante a Idade Média, o forte sentimento religioso cristão levou os europeus a conceberem o mundo como um disco. No centro do disco ficava Jerusalém, a Terra Santa.

Terra redonda

No século 16, a confecção de mapas passou por um grande desenvolvimento. Além da confirmação de que a Terra era redonda, diversos fatores contribuíram para o desenvolvimento da Cartografia.

Em primeiro lugar, as grandes navegações exigiam mapas mais rigorosos e corretos quanto ao contorno das costas. Os grandes descobrimentos - conseqüência das navegações - alargaram o horizonte geográfico e ampliaram o espaço conhecido, tornando possível a representação do mundo de maneira mais próxima à realidade.

Em segundo lugar, a invenção da imprensa e da técnica de gravação permitiu que os mapas pudessem ser reproduzidos em grande número. Antes disso, eles eram manuscritos.

Em terceiro lugar, a redescoberta dos trabalhos de Ptolomeu proporcionou um novo avanço na cartografia. Embora imprecisos no que se refere aos contornos, extensões e escalas, seus mapas eram os que até então melhor representavam os espaços conhecidos.

Ciência cartográfica

Baseando-se nos trabalhos de Ptolomeu, aproveitando seus acertos e corrigindo seus erros, os cartógrafos do século 16 aprimoraram bastante os mapas da época. Dentre esses cartógrafos, destacou-se Gehard Mercator (1512-1594).

Nos séculos seguintes, os progressos da agrimensura, da astronomia e da geometria ofereceram conhecimentos e técnicas para a formação de uma verdadeira ciência cartográfica, baseada em cálculos complexos e rigorosos. Atualmente, a cartografia é uma ciência bastante exata e a representação do espaço é feita com grande precisão.

Fotos por satélite

Para identificar corretamente os elementos do espaço, hoje os cartógrafos utilizam as fotografias aéreas - tiradas de modernos e bem equipados aviões - e as imagens obtidas de altura ainda maior, através de satélites colocados em órbita a muitos quilômetros de distância da Terra. Depois disso, sofisticados equipamentos eletrônicos permitem a confecção de mapas muito fiéis aos elementos materiais do espaço.

Qual foi a importância dos mapas no período das grandes navegações?

Na época das grandes navegações e dos descobrimentos marítimos (entre os séculos 15 e 16), por exemplo, os cartógrafos estavam presentes em cada expedição realizada. Sua função não era exatamente ajudar na localização, mas registrar e tornar pública a descoberta de novos territórios.

Como eram os mapas na época das grandes navegações?

Os primeiros mapas eram feitos de madeira ou argila (esculpidos ou pintados) — também podiam ser desenhados sobre a pele de animais ou paredes rochosas.

Qual foi a importância dos mapas para as primeiras sociedades?

Segundo Miceli, o mapa traz informações de aspectos culturais, estratégicos, bélicos e religiosos. “Antes da invenção da escrita, a humanidade desenhou mapas nas paredes das cavernas, por meio de pinturas rupestres feitas com a intenção de representar o caminho dos locais onde havia caça”, afirma o historiador.

Porque os mapas são tão importantes?

Os mapas são importantes para a localização e orientação no espaço. Os mapas e os gráficos são importantes recursos para a representação de informações de forma clara e objetiva, contendo símbolos e elementos que facilitam a sua leitura e interpretação.